São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Confrontos no Sri Lanka matam 525

Em cinco dias, 832 pessoas morreram

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do Sri Lanka afirmou ontem que 450 rebeldes da guerrilha Tigres da Libertação do Tâmil Eelam e 75 soldados morreram em confrontos no norte do país.
Os separatistas lançaram ataques suicidas simultâneos no sul e oeste da cidade de Kilinochchi. Segundo o Exército cingalês, os rebeldes usaram os comandos suicidas para impedir o avanço dos soldados.
"Vários dos rebeldes amarraram explosivos em seus corpos, que detonavam quando eles se aproximavam de nossas tropas", disse um porta-voz do governo.
Os soldados impediram a aproximação dos suicidas lançando granadas contra os separatistas.
A ação dos rebeldes, aparentemente, foi um esforço para acabar com a operação do Exército na região, que há cinco dias tenta recapturar Kilinochchi.
No domingo passado, soldados cingaleses lançaram uma ofensiva militar contra os separatistas. Foi a primeira investida após um mês de trégua na região.
"Tropas avançadas confirmaram que 450 terroristas foram mortos e há mais de 300 feridos", disse o porta-voz. "Os soldados agiram com valentia, combatendo os terroristas."
Mulheres
Forças de segurança do governo resgataram os corpos de 138 rebeldes, a maioria de mulheres. O Exército afirmou que 146 soldados e cinco oficiais ficaram feridos.
Em cinco dias de confrontos, 832 pessoas -650 rebeldes, 174 soldados e 8 civis- já morreram.
Os tâmeis lutam há 13 anos pela independência das regiões norte e leste do Sri Lanka. Números oficiais afirmam que mais de 50 mil pessoas morreram nos conflitos.
Os separatistas afirmam que os tâmeis são discriminados pelos cingaleses -maioria da população no país.
Confirmações
"As afirmações do governo sobre os mortos são incorretas", disseram os separatistas. Segundo o grupo, só 26 rebeldes teriam morrido. Um funcionário do Exército disse à agência de notícias "Reuter" que cem soldados foram mortos nos confrontos de ontem no norte do país.
Mas o governo proibiu o acesso de jornalistas à região, impossibilitando a confirmação de informações conflitantes.
O Exército, porém, afirmou que suas tropas não poderiam continuar avançando em direção à cidade por causa dos choques.
Kilinochchi é hoje o principal reduto dos rebeldes desde que há meses o Exército os expulsou da península de Jaffna, uma das regiões reivindicadas pelo Tigres da Libertação da Tâmil Eelam.
Em comunicado divulgado pela rádio rebelde, os tâmeis convocaram os separatistas para uma "resistência feroz".

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