São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Estudantes formaram o grupo

DA REDAÇÃO

O Taleban, grupo que anunciou a tomada do governo de Cabul ontem, foi formado há dois anos por membros da maioria étnica do Afeganistão (patã) que estudavam religião no vizinho Paquistão.
O grupo, que controla hoje cerca de 70% do território afegão, entrou na guerra civil em outubro de 1994 pregando a criação de um Estado baseado nas leis islâmicas.
Os guerilheiros, menos de mil quando entraram no Afeganistão, conseguiram logo novos adeptos e o apoio de boa parte da população civil com a sua promessa de acabar com a guerra civil.
Eles também conseguiram o apoio da sua etnia, insatisfeita com o governo da etnia tadjique.
Segundo diplomatas, o grupo tem o apoio do Paquistão e de fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio. Eles teriam centenas de tanques e até aviões de combate.
A guerra civil afegã se intensificou em abril de 1992, quando o governo comunista do país renunciou, cercado por rebeldes muçulmanos de várias etnias.
Os comunistas foram enfraquecidos depois da retirada das tropas da ex-URSS da região, em 1989.
Após a renúncia dos comunistas, os muçulmanos tomaram o poder e indicaram uma junta, mas o novo governo deixou o líder guerrilheiro Gulbuddin Hekmatyar insatisfeito, e a guerra continuou.
Vários acordos de paz para a guerra foram feitos e fracassaram, o último deles neste ano. Nenhum deles envolveu o Taleban, que condenou todos eles.

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