São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Para especialista, operação não resolve

DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro de transporte Stanislav Feriancic, 48, alerta que o rodízio não deve ser visto como solução para os problemas do trânsito de São Paulo.
"Ele tem esse impacto inicial positivo, mas, se usado de maneira prolongada, acaba frustrando todo mundo no médio e no longo prazos", afirma.
Feriancic cita o exemplo do México, onde os motoristas trocaram o carro novo por dois velhos, e aponta o crescimento da frota de São Paulo para atacar a idéia.
"Todos os anos, cerca de 300 mil novos carros chegam às ruas de São Paulo. Em dois anos, a frota cresceu o equivalente aos 20% de carros que ficaram na garagem por causa do rodízio."
O engenheiro diz que as pessoas costumam ver a questão dos congestionamentos de maneira simplista e esperam soluções "mágicas", que não existem.
Em sua opinião, resolver o problema da circulação de veículos em uma cidade do porte da capital paulista envolve aspectos mais amplos, de urbanismo.
"É preciso levar em conta a área em que as pessoas trabalham e onde moram. O processo de terceirização -contratação de serviços a terceiros- que ocorre na economia tem um impacto visível sobre o transporte, por exemplo", diz.
Feriancic diz que é preciso atuar no reforço do transporte coletivo, em obras viárias, na operacionalização do tráfego e na conscientização dos motoristas.

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