São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Pianista é baleado no pescoço no centro de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O pianista brasileiro Ben-Hur Cionek, 26, foi baleado no pescoço após ser abordado pela polícia e levar uma coronhada. Ele estava acompanhado pelo pianista polonês Jan Krzysztof Broja, 24.
O crime aconteceu na última sexta-feira, às 14h, na esquina das ruas Marquês de Itu e Cesário Mota, em Santa Cecília (região central de São Paulo). Um suposto policial fugiu e o outro, um investigador, ajudou a socorrer o pianista.
Cionek estava passeando em São Paulo, onde mora Jackson, irmão do pianista, antes de retornar à casa de seus pais no Paraná. Ele e Broja entraram em uma lanchonete, comeram e, depois, compraram um jornal para procurar um filme no roteiro de cinemas.
"Estava no orelhão, quando chegaram. Derrubaram meu amigo e disseram para ele colocar as mãos na cabeça", afirmou Cionek.
Quando tentou explicar que Broja não falava português e que ia traduzir a ordem, houve o disparo. "Ele me deu uma coronhada e, ao mesmo tempo, a arma disparou."
No chão e quase desacordado, segundo o pianista, por três vezes o suposto policial tentou por um revólver em sua mão, e ele repeliu. Em seguida, foi levado à Santa Casa. A bala ficou a um milímetro da coluna cervical. Broja foi algemado e levado ao 77º DP.
A delegacia abriu inquérito. O investigador Rafael Paya, 23, da 6ª Delegacia Seccional, disse que estava na rua quando um comerciante apontou os pianistas dizendo que eles eram assaltantes.
Segundo ele, quando iria abordá-los apareceu o homem que se identificou como Cláudio, que disse ser policial e que quis ajudá-lo. Após desferir a coronhada e deixar a arma, o suposto policial correu. Paya se dispôs a tentar reconhecer o fugitivo nos álbuns policiais.
Além dele, também foram ouvidos os depoimentos dos pianistas. O arma deixada ao lado do pianista foi apreendida, assim como a bala retirada de seu pescoço.
A arma tem numeração, e a polícia irá pesquisar nos arquivos para saber quem é o proprietário.

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