São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Carro e produtividade

HELCIO EMERICH

Como anda a produtividade da indústria automobilística brasileira? Segundo dados divulgados pelo Dieese, as fábricas da GM, em São José dos Campos, da Ford, no Taboão, da Fiat, em Betim, e da Volkswagen, em Taubaté, estão produzindo ou foram programadas para produzir, respectivamente, 20, 24, 26 e 37 carros por empregado por ano.
A tendência é que esses índices melhorem significativamente nos próximos cinco anos, como decorrência dos investimentos programados pelas matrizes das montadoras em novas linhas e sistemas de produção e que irão privilegiar a robotização.
Enquanto isso, de acordo com o último estudo do Economist Intelligence Unit, do Reino Unido, a linha de montagem da GM em Eisenach, na Alemanha, que adotou os modernos métodos de produção dos japoneses, tem capacidade para fabricar 80 carros por ano por empregado, o que a coloca como a fábrica de melhor desempenho da Europa. Em segundo lugar vem a fábrica da Fiat em Melfi, no sul da Itália. Com 7.000 trabalhadores, ela pode produzir 450 mil carros Punto por ano, uma taxa de 65 veículos por empregado.
Um fato curioso revelado pelo relatório do EIU é que as fábricas japonesas transplantadas para a Europa estão perdendo a batalha da produtividade para as suas concorrentes européias. As subsidiárias nipônicas instaladas no velho continente já perdiam para suas próprias matrizes do Japão. Na fábrica da Mitsubishi, de Mitsushima, cada empregado consegue produzir 117 veículos por ano. E cada trabalhador da planta da Toyota, em Takaoka, produz 109 carros por ano. Mas a fábrica britânica da mesma Toyota não vai além dos 52 automóveis por ano por empregado, um índice um pouco pior do que sua concorrente Honda, também instalada no Reino Unido (55 unidades por ano por empregado).
O estudo do EIU apresenta também outros critérios para avaliar a eficiência das fábricas européias. Um deles é o da receita por empregado, capítulo no qual a fábrica de Martorell, da Seat espanhola, pertencente ao grupo Volkswagen, mostra o melhor desempenho, com US$ 500 mil por empregado por ano, o que se explica pela sua condição de mais moderna linha de montagem da Europa.
Em segundo e terceiro lugares estão as alemãs BMW e Audi, respectivamente, com US$ 300 mil e US$ 200 mil por empregado por ano. Os fabricantes japoneses não entraram nessa avaliação por não permitirem acesso aos números das receitas de suas fábricas na Europa.
Verde
Em entrevista à Folha, Marcos de Souza, gerente de manutenção da Via Verde, empresa contratada pela Prefeitura para executar o programa de arborização das ruas de São Paulo (que encheu a cidade de engradados com plantas secas e mirradas), explica que a morte das mudas na avenida 23 de Maio se deve ao estresse causado pelo ruído, pela trepidação e emissão de poluentes dos veículos.
Por acaso a Via Verde não sabia disso antes de plantar? E se sabia, por que plantou? Plantou por quê?

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