São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Machismo impera nos colégios

SILVIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Volta pro fogão!", "Vai lavar roupa!". Esse é o grito de guerra que as meninas que jogam bola na escola costumam ouvir quando estão em campo.
Apesar de o futebol estar conquistando cada vez mais adeptas no Brasil, as jogadoras ainda têm de suar para driblar o preconceito que rola em torno do esporte. Não é mole, garantem elas.
"Os meninos dizem que jogo de menina é tudo a mesma droga", diz Diana Gama Santos, 15, que joga no time da escola onde estuda. "O problema é que os garotos comparam o nosso futebol com o deles", completa a aluna Renata Katz, 15, centroavante do time do Colégio Equipe, em São Paulo.
As meninas também reclamam do fato de o futebol feminino no Brasil estar sendo vinculado à imagem de garotas "gostosas".
"A capa da revista 'Placar' deste mês é a atriz Susana Werner (jogadora do Fluminense). A Pretinha, que é a melhor jogadora da seleção, nunca iria estar na capa", reclama a zagueira do Equipe, Juliana Campello.
Ela diz que há um movimento, entre dirigentes de times femininos e patrocinadores, no sentido de organizar times formados por beldades. "Isso acaba fazendo com que a gente não seja levada a sério."
(SR)

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