São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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EUA abre nova temporada de "Arquivo X"

ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Dia 4 de outubro estréia a nova temporada de "Arquivo X" nos Estados Unidos. O seriado policial da Fox sobre casos paranormais não é novo, mas é um dos poucos cults da televisão americana. Faz parte de uma onda de programas que abordam fenômenos extra-sensoriais e/ou alienígenas no registro da ficção científica, que inclui a nova versão de "Star Trek" e "The Next Generation".
Com bom suspense, muita ação, e tramas absolutamente esdrúxulas, "X-Files" ou "Arquivo X", como é conhecido no Brasil, oferece entretenimento ligeiramente provocativo. Basta notar que o seriado se estrutura em torno de um suposto departamento do respeitado FBI dedicado a investigar casos sobre naturais.
Trata por exemplo de uma série de assassinatos cometidos por pessoas que se tornaram extremamente violentas após assistirem televisão. Os assassinos foram vítimas de paranóia aguda disseminada por mensagens subliminares inseridas entre os frames de fitas gravadas da televisão a cabo. Aqui o vídeo dentro do vídeo aguça as inseguranças de telespectadores até o limite do insuportável.
Scully (Gillian Anderson) e Mulder (David Duchovny), o charmoso jovem casal de detetives se move em um mundo terrivelmente pesado. E apesar de se gostarem, mantêm uma relação respeitosamente distante. Como se nessa atmosfera carregada de fenômenos inexplicáveis, fosse sempre prudente manter uma distância.
O show combina um coquetel de convenções clássicas do cinema de ação com tensões da sociedade americana. Os produtores anunciaram que o novo pacote de programas inclui um misterioso caso de reaparecimento de homens mortos, negros e albinos na cidade de Filadélfia.
"Arquivo X" é exibido no Brasil pela Record e pela Fox, às sextas-feiras à noite. Frequentemente aparece entre os cinco programas de maior audiência da Record. Conquistou fãs brasileiros que se manifestam via internet, têm uma BBS especializada no seriado e chegaram mesmo a se reunir em uma convenção. Mas o sucesso brasileiro parece confinado a essa legião de telespectadores militantes.
O apelo da série entre o público americano é mais generalizado e mais profundo. Programas como "Arquivo X" trazem para a televisão o apelo místico que vai crescendo neste final de século. Exploram os limites da razão e da ciência. Mas, mais que isso, lidam de maneira bizarra com as fascinações e temores que assolam o "american way of life".

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