São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996 |
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Curadores participam de debate on line
CRIS GUTKOSKI
Os curadores do Antarctica Artes com a Folha que participaram de um bate-papo no Universo Online, na última sexta-feira, foram provocados com insistencia a responder sobre o 'day after' da exposição, ou como e quando o mercado das artes plásticas irá abrigar os novos talentos descobertos pelo projeto. Os participantes da conversa online - de São Paulo, Minas Gerais e Bahia - quiseram saber quais as chances de os galeristas apostarem em nomes até então desconhecidos, fazendo com que os trabalhos continuem a ser produzidos e divulgados. A resposta mais animadora veio da curadora Stella Teixeira de Barros. 'Apesar de o mercado ser fraco no Brasil, os galeristas estão assanhadíssimos com as perspectivas que poderão descortinar nesta exposição', disse, referindo-se a mostra aberta ontem no Pavilhão Manoel da Nóbrega. 'O que todos esses artistas farão depois é um problema, de fato, porque o mercado brasileiro é pequeno', afirmou Lorenzo Mammi, um dos quatro curadores presentes no bate-papo (Tadeu Jungle esteve ausente). Mammi acrescentou depois que muitos dos artistas selecionados já estão com exposições marcadas em galerias comerciais. 'Voces acham o mercado fraco mesmo? Preços baixos? O que isso significa? Que não há espaço para todos, isso é normal no mundo inteiro', observou Lisette Lagnado. 'Pude expor artistas duros que se viraram e não tinham verba nem para fotografar o trabalho. Nesse sentido, o Antarctica enviou umas fadas madrinhas pelo Brasil', completou. Os curadores foram pressionados a revelar quais os trabalhos mais marcantes entre os selecionados. Mammi e Lisette Lagnado preferiram não citar nomes para não influenciar na escolha e premiação dos tres melhores artistas, a ser feita por um júri internacional no dia 2 de outubro. Nelson Brissac fez elogios a Nydia Negromonte, peruana radicada em Belo Horizonte, e a Lucia Koch, gaúcha que vivem em São Paulo. O bate-papo (encontro virtual em que os participantes digitam o que querem falar e enxergam a conversa na tela do computador) também teve momentos desconcertantes. 'Meu tio é dono da Haddad Antarctica em Araraquara, alguém de voces conhece?', perguntou um participante. 'Propõe para o seu tio patrocinar uma exposição', aproveitou a deixa o curador Lorenzo Mammi. O debate sobre o projeto por meio da Internet fez surgir comentários sobre a ausencia de trabalhos neste meio eletronico entre os escolhidos. 'Tem muita gente fazendo sites, mas ainda não vi muita coisa artística feita diretamente para a Internet', afirmou Nelson Brissac. 'Precisa tempo para aprender a usar um meio com originalidade', acrescentou Mammi. A íntegra da conversa com os curadores pode ser lida no Universo Online a partir do endereço http://chatter.uol.com.br/index.shl Texto Anterior: Pinacoteca ganha verba para reforma Próximo Texto: 'Mostra equivale às do Primeiro Mundo' Índice |
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