São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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"Bibi" chega em baixa nos EUA

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

Os EUA deram no sábado um sinal claro de insatisfação em relação a Israel: se abstiveram da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução condenando o país pela crise.
Para diplomatas ocidentais ouvidos ontem pela Folha, foi a mais dura posição, ainda que na forma de omissão, tomada pelos EUA em relação a Israel.
Netanyahu está numa fronteira. Por um lado, radicaliza o discurso para consumo interno no país, dizendo que não fecha o túnel e que pode desarmar os palestinos.
Na hora de falar ao Ocidente, como fez ontem na entrevista à rede de TV CNN, foi moderado. A suavidade de sua voz contrastava com os gritos enérgicos de anteontem durante evento na Embaixada Internacional Cristã de Jerusalém.
Iasser Arafat, por sua vez, aproveita a fraqueza do adversário e também faz seu jogo diplomático.
Ganhou o primeiro ponto: o mundo árabe estará na cúpula -com o rei Hussein (Jordânia) e, talvez, com o presidente Hosni Mubarak (Egito).
Mas terá que provar aos EUA que pode controlar sua força armada. A crítica em Israel, expressada por governo, oposição e imprensa, é que Arafat usou a violência da semana passada a seu favor.
Para o "The Jerusalem Post", por exemplo, Arafat agiu da mesma forma que o Líbano. "(Arafat) mostrou acreditar que tumultos letais podem ser úteis em negociações", disse o jornal em editorial.
(IG)

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