São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Maluf faz política de telefone do hospital
FERNANDO RODRIGUES
"Ele me ligou por volta das cinco da tarde. Para meu espanto, falou de política por uns dez minutos. Discutimos a estratégia para a semana que vem a respeito da reeleição", disse o deputado federal Delfim Netto (PPB-SP). Segundo Delfim relatou à Folha, o ex-prefeito paulistano "demonstrou um estado de espírito muito bom para quem tinha acabado de ser operado". Tema de conversa Um dos temas da conversa foi o documento que o PPB enviará ao STF (Supremo Tribunal Federal), na semana que vem, solicitando que a convocação extraordinária do Congresso Nacional para este mês seja considerada inconstitucional. O Congresso estaria em recesso neste mês. A Constituição, em seu artigo 57, permite que haja uma convocação extraordinária "em caso de urgência ou de interesse público relevante". A convocação foi feita pelos presidentes da Câmara e do Senado, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) e José Sarney (PMDB-AP), respectivamente. Como as convocações extraordinárias devem especificar a pauta de discussão, e como a emenda da reeleição está entre os assuntos que serão analisados, o PPB vai argumentar que não existe urgência nem interesse público relevante na emenda da reeleição. "Ele (Maluf) está muito animado com o material que foi preparado para enviar ao Supremo. É evidente que não existe urgência no caso da emenda da reeleição", disse Delfim. Sérgio Motta O deputado disse não saber detalhes da operação a que se submeteu Paulo Maluf. "O que eu sei é que foi uma operação de próstata e que ele vai estar em casa nos próximos dias", afirmou Delfim. No seu telefonema para o deputado, Maluf teria afirmado que espera estar em sua casa nos próximos "três ou quatro dias". E que passaria a atuar usando o telefone. "Isso se o Sérgio Motta deixar", brincou Delfim. Sérgio Motta é o ministro das Comunicações, aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso e um dos principais defensores da aprovação da emenda da reeleição pelo Congresso. Segundo o deputado federal, a operação do ex-prefeito paulistano estava sendo cogitada "há umas oito semanas". A opção pelo dia de ontem teria sido do próprio prefeito. "Ele queria terminar o mandato e não iria estragar a festa da posse", disse Delfim. Texto Anterior: Pitta faz visita e fala de reeleição Próximo Texto: Ex-prefeito toma iogurte para evitar ida ao banheiro Índice |
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