São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997
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Suplentes assumem com apoio à consulta popular

MARTA SALOMON; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta de uma consulta popular sobre a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso ganhou força ontem no Congresso, com a posse de 27 deputados nas vagas abertas com a eleição municipal.
Desses 27, 20 assumem mandatos na Câmara pela primeira vez. Os outros sete já exerceram mandatos em outras oportunidades.
A Folha ouviu 15 dos 20 novatos: 11 se manifestaram contrários à reeleição já para FHC, 3 defenderam a proposta e 1 está indeciso.
Por isso, defendem uma consulta popular posterior à decisão do Congresso (referendo) para dar legitimidade ao processo.
O deputado Wagner Nascimento (PPB-MG) disse que votará contra a reeleição e a favor da consulta. "Não se enfia nada goela abaixo de ninguém." José Luiz Greenhalgh (PT-SP) também é contra a reeleição. "Se a reeleição for aprovada sem desincompatibilização, o referendo será fundamental."
Segundo cálculos do comando governista, a eleição de 43 deputados para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador vai tirar três ou quatro votos do projeto de reeleição. O projeto precisa dos votos de 308 dos 513 deputados.
Três dos deputados eleitos na eleição municipal já anunciaram que desistiram de trocar a vaga na Câmara pelos novos cargos.
As substituições, que deverão atingir 40 cadeiras e só serão concluídas nas próximas semanas, transformaram o PMDB na maior bancada da Câmara, superando o PFL. Isso deverá ser suficiente para atrasar o cronograma da reeleição, mas não o seu placar, prevê o líder do PMDB, deputado Michel Temer (SP). O governo pretende começar a votação da emenda dia 8.
Na contabilidade geral, o PMDB ganhou cinco cadeiras na Câmara -passou de 97 para 102. O PT ganhou mais uma cadeira. O PSDB perdeu quatro deputados, o mesmo número que o PPB. O PTB perdeu três cadeiras, e o PSB, duas. O PFL passou de 101 para 100.
Além de entrarem no jogo da reeleição, os novatos também foram muito disputados ontem por dois candidatos à presidência da Câmara. Wilson Campos (PSDB-PE) ofereceu um almoço. Michel Temer prometia contra-atacar com um jantar.
(MARTA SALOMON e RAQUEL ULHÔA)

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