São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997
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Câmara promete fim de obra de 5 anos

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal vai gastar R$ 500 mil para concluir a reforma do seu plenário, fechado desde maio de 1995. Já chega a cerca de R$ 20 milhões o dinheiro gasto com a reforma, iniciada em 1991 e ainda inacabada.
A reforma do plenário deve acontecer ainda neste semestre, segundo o presidente da Casa, Nello Rodolpho (PPB).
Ele afirmou que a empresa que for escolhida para tocar a reforma "terá de assumir o compromisso de entregar a obra em 120 dias".
Há um ano e sete meses, os vereadores realizam sessões num salão do primeiro andar do Palácio Anchieta (centro da cidade).
Tal salão não tem espaço reservado ao público ou à imprensa -ao contrário do plenário oficial, cujas galerias podem abrigar até 200 pessoas sentadas.
O consórcio Vilanova/Dinapav era o responsável pelas obras.
Elas foram embargadas pela Justiça, sob suspeita de superfaturamento. CPI instaurada sobre o assunto apontou superfaturamento em torno de R$ 4 milhões.
O TCM (Tribunal de Contas do Município) determinou o cancelamento do contrato e realização de nova licitação.
O consórcio de empresas, alegando prejuízo com o embargo, também foi à Justiça e reivindica uma indenização (de montante ainda não estimado).
A reforma do plenário foi pedida pela comissão de obras da Câmara, extinta no dia último 31 de dezembro e ainda não reorganizada.
Em 1995, a comissão justificou a necessidade de reformar o plenário porque as madeiras do local teriam sido atacadas por cupins de origem holandesa.
A comissão jamais apresentou parecer técnico indicando a presença de tais cupins. Os insetos, segundo relatório interno, seriam imunes ao combate químico.
A reforma geral da Câmara começou com uma exigência feita em 1990 pelo Corpo de Bombeiros e Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis).
O prédio precisava de escadas de incêndio. Outro motivo foi o aumento do número de vereadores. Até 88 havia 21 parlamentares (e gabinetes). Hoje, 55.
Em seu primeiro dia "integral" na presidência, Rodolpho exonerou o chefe do cerimonial, Romário Borelli. O motivo, disse Rodolpho, foi a desorganização cerimonial ocorrida anteontem, na posse de vereadores e prefeito.
Na posse, algumas autoridades, parentes e assessores dos empossados foram barrados pelos policiais, sob comando de Borelli -que não foi trabalhar ontem e não foi localizado até as 23h.
Rodolpho também anunciou que vai pedir novo estudo para a informatização da Câmara, plano que deve custar US$ 1,7 milhão.

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