São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Wal-Mart demite 300 funcionários Rede alega precisar de ajuste FÁBIO ZANINI
O motivo alegado pela empresa é a necessidade de ajustar o quadro de empregados ao nível de vendas, que "retornou ao normal" após o período de festas de fim de ano, mais movimentado. Segundo o Wal-Mart, as demissões não estão relacionadas a um suposto prejuízo operacional que a rede vem enfrentando desde que chegou ao Brasil, em maio de 1995. Levantamento feito pela Folha em agosto do ano passado indicou que a rede Wal-Mart teve prejuízo de US$ 14,25 milhões no primeiro semestre. A direção da empresa não confirma esse número. A rede também não especificou quais são as funções exercidas pelos funcionários demitidos nem quantos seriam temporários (contratados apenas para o fim de ano). Em nota divulgada à imprensa, a empresa anunciou que, com as demissões, o número de funcionários passará a ser de 2.200, considerado ideal pela empresa para gerenciar as cinco lojas. A entrada da Wal-Mart -uma das principais cadeias de lojas dos EUA- foi o mais importante investimento no setor comercial brasileiro nos últimos anos. Praticando preços abaixo da concorrência, a rede injetou R$ 112 milhões em 1995 na construção de cinco lojas em cidades da Grande São Paulo. Atualmente, a Wal-Mart possui dois "supercenters", em Santo André e Osasco. Os "supercenters" são lojas em que se vendem, a varejo, produtos alimentícios, eletroeletrônicos e de vestuário. A rede administra ainda três lojas da cadeia "Sam's Club", que vende esses produtos para lojistas por atacado, localizadas em Santo André, São Caetano e Osasco. Apesar dos cortes, a empresa afirma que está mantida para este ano a inauguração de mais quatro "supercenters" no Estado, em São Paulo, São Bernardo, Bauru e Ribeirão Preto. O investimento anunciado é de cerca de R$ 100 milhões. Em todo o mundo, o Wal-Mart possui 303 "supercenters" e 434 "Sam's Club". Na próxima segunda, diretores do Sindicato dos Empregados do Comércio Varejista do ABC devem se reunir com diretores da rede para tentar negociar as demissões. Procuradas pela Agência Folha, as redes Carrefour e Makro, principais concorrentes do Wal-Mart, não quiseram comentar o caso. Texto Anterior: Redes começam a enfrentar dificuldades Próximo Texto: Centrus compra 20% de empresa espanhola Índice |
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