São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Caça ao tesouro ameaça indígenas
FABRIZIO RIGOUT
Os nambiquara vivem no oeste do Estado do Mato Grosso, perto da fronteira com a Bolívia. Até 1960, eles tiveram pouco contato com brasileiros não-índios. Desde então, com a chegada das fazendas e das estradas, a terra nambiquara vem sendo ameaçada. O garimpo de ouro é um trabalho que atrai muita gente muito rápido. As pessoas vão para os garimpos porque ouvem falar de outros que ficaram ricos escavando a terra e os rios. Há histórias de gente que achou 300 gramas de ouro em um só dia. O garimpo avança pela floresta, principalmente pelas beiras de rios e córregos desviados. Máquinas fazem o trabalho pesado de lavar e dragar (chupar) o solo que fica no fundo dos rios. Os garimpeiros procuram ouro em meio à lama que é retirada. Para agregar (juntar) as pedras de ouro e separá-las do barro, é preciso usar mercúrio, um metal líquido que polui rios onde índios pescam. Os garimpeiros também trazem doenças como malária e diarréia, a que os índios tem baixa resistência. Em 1972, após contato com os homens da cidade, mais da metade dos nambiquara morreu doente de sarampo. Colaborou Rubens Valente, free-lance para a Agência Folha, na reserva Sararé (MT) Texto Anterior: Enfim, dias de paz Próximo Texto: Nambiquara caem no conto da madeira Índice |
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