São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Igreja critica governo de Belgrado Bispos apóiam oposicionistas DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A Igreja Ortodoxa Sérvia responsabilizou o governo do presidente Slobodan Milosevic por violar os direitos dos cidadãos do país.Os religiosos manifestaram ontem pela primeira vez seu apoio aos estudantes e simpatizantes da oposição que protestam há um mês e meio nas ruas de Belgrado contra a anulação, por Milosevic, de eleições municipais vencidas pela oposição. "A Igreja Ortodoxa Sérvia condena a manipulação dos votos do povo, o sufocamento de liberdades políticas e religiosas e, especialmente, o espancamento e assassinato de pessoas nas ruas", afirma documento divulgado após uma reunião extraordinária. Os protestos começaram após a anulação da vitória oposicionista em 15 das 18 maiores cidades da Sérvia, incluindo Belgrado. As manifestações foram pacíficas até 24 de dezembro, quando o Partido Socialista (governista) organizou um ato no mesmo local e horário do protesto da oposição. Conflitos de rua deixaram um oposicionista morto e mais de 50 pessoas feridas. Os religiosos acusaram o governo sérvio de tentar provocar uma guerra civil para manter o poder. O documento divulgado ontem foi o primeiro sobre o movimento oposicionista. No mês passado, o líder da igreja, patriarca Pavle, recusou-se a receber estudantes. A oposição voltou a se reunir ontem no centro da capital sérvia. Mais de 10 mil pessoas participaram do protesto, rodeadas por um forte esquema policial. O líder oposicionista Vuk Draskovic pediu a intensificação dos protestos nos próximos dias. Relatório Um documento elaborado por uma delegação da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação Européia) sobre as acusações de fraude eleitoral será analisado a partir de hoje em Viena. A delegação, liderada pelo ex-premiê espanhol Felipe González, concluiu que a coalizão oposicionista Zajedno (Unidos) venceu as eleições de 17 de novembro. O parecer deve ser confirmado. Texto Anterior: Tribunal do Paraguai absolve líder de golpe; Novo secretário-geral promete reformar ONU Próximo Texto: Mais mortes ; Rios congelados Índice |
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