São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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Pragmatismo petista; Fogo no circo; Fiel da disputa; Preço do discurso; Fã número 13; Ninho dividido; Para inglês ver; Adrenalina alta; Vingança à vista; Uma vez Arena...; Manobra arriscada; Tática governista 1; Tática governista 2; Vitrine para 98; Malvadeza no armário; Fino trato; Jogo casado

Pragmatismo petista
O PT do Senado pode apoiar a candidatura de ACM (PFL) à presidência da Casa. Uma ala da cúpula petista avalia que a candidatura de Iris Rezende (PMDB) naufragará, o que deixaria a sigla sem lugar na Mesa do Senado.

Fogo no circo
Um argumento pragmático faz um cacique petista trabalhar pela candidatura ACM: o pefelista seria mais independente em relação a FHC do que Iris Rezende.

Fiel da disputa
Sem os votos do PT, acaba a candidatura Iris Rezende (PMDB). O partido, portanto, teria cacife para fazer um "acordo" com ACM que não fira a identidade da legenda. Esta é a análise de um senador petista.

Preço do discurso
A ala do PT contrária ao apoio a ACM (PSDB) argumenta, em nome da coerência histórica da legenda, que é melhor ficar com Iris Rezende (PMDB). O partido sempre pintou ACM como o diabo. E agora não poderia se unir a ele sem arranhar sua imagem.

Fã número 13
A bancada do PMDB no Senado está de olho em Benedita da Silva (PT-RJ). Acha que ela pode votar em ACM. O baiano preside a Comissão de Relações Exteriores e é puro mimo com a petista.

Ninho dividido
No PSDB, a maior resistência à candidatura ACM no Senado parte dos tucanos históricos. Mário Covas e José Richa, a exemplo de Franco Montoro, não engolem a opção de FHC.

Para inglês ver
A parlamentares que estiveram com ele na sexta, Maluf disse que não chegou até ele o telegrama do presidente. "Só através da TV Globo", ironizou.

Adrenalina alta
No hospital, Maluf bate em FHC. Diz que não fala com quem quebra sigilo telefônico (escuta no comitê de Pitta) e bancário (lista do BB) e depois finge que não tem nada com o assunto.

Vingança à vista
A oferta de mais um ministério ao PPB não seduz Maluf. "Se quiserem, podem tirar esse aí", esnobou, em conversa com um amigo, referindo-se a Dornelles (Indústria e Comércio).

Uma vez Arena...
Emissários do PMDB procuraram Maluf para pedir apoio à candidatura de Iris Rezende ao Senado. Ele respondeu que tinha compromisso com ACM antes mesmo de Iris sair candidato.

Manobra arriscada
Na avaliação de quem está no epicentro da articulação para reeleger FHC, a reeleição será aprovada no Congresso apenas para presidente. Razão: a tática a ser adotada no plenário deve sacrificar governadores e prefeitos.

Tática governista 1
O governo induzirá a oposição a adotar o seguinte caminho: se ela quiser que a reeleição valha só para os sucessores de FHC, terá que apresentar uma emenda ao projeto aprovado. Nesse caso, caberá a ela ter 308 votos.

Tática governista 2
Alguém pedirá um destaque para votar em separado a reeleição para governadores e prefeitos. Para mantê-la, o Planalto precisaria de 308 votos. Fará corpo mole, deixando que os interesses regionais sepultem a idéia.

Vitrine para 98
O objetivo principal da faxina social que Pitta quer promover no centro de São Paulo é tirar as crianças abandonadas da rua. "Será um grande gol ele se tornar o primeiro prefeito a fazer isso", diz um cacique malufista.

Malvadeza no armário
ACM agradece o apelido de "Toninho Sedução", dado pelo colega Amin (PPB). Mas diz que não quer tomar de FHC o título de "sedutor da República". "Na verdade, o presidente me dá aulas de como seduzir", afirma.

Fino trato
No Itamaraty, o embaixador Carlos Luiz Perez, um dos reféns libertados pelos guerrilheiros do Tupac Amaru, tem dois apelidos: "Cavalgadura" e "Ternurinha". O segundo é produto da fina ironia dos diplomatas.

Jogo casado
Se a eleição para presidir o Senado for em 4 de fevereiro, a da Câmara deve ser no dia seguinte.

TIROTEIO
De José Genoino (PT), sobre a gestão de Luís Eduardo Magalhães (PFL) na Câmara:
- Nem no governo Collor a pauta do parlamento foi elaborada com tanto autoritarismo.

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