São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997 |
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Mulher dá parceiro de bandeja a amiga
PAULO SAMPAIO
"Houve uma época em que eu tive vontade de rifar meu marido", diz a coordenadora de eventos Mara Minioli, 41. "Mas rifar longe, tipo no Japão, para não correr o risco de comprar um número." Naquela época, há quatro anos, Mara descobriu que era traída. "Um amigo dele me contou", diz. "Fiquei muito deprimida e passei a oferecê-lo nas rodas de amigas", afirmou (leia depoimento). Ao contrário de Mara, que foi traída e perdeu o respeito, há quem se sinta culpada por ter abandonado o casamento. Em busca de redenção, essa mulher passa o marido adiante. "Passei meu ex-marido para uma amiga, porque sentia que ele precisava de companhia. Estava muito triste desde que eu o havia deixado", conta a relações públicas Thaís Oliveira Pena, 35. Ela deixou o marido por paixão. "'Quando nos separamos, eu estava apaixonada por outro homem e passei a viver com ele." Amiga-tiete A amiga que Thaís apresentou ao ex-marido era sua tiete desde a adolescência. "Ela sempre me admirou muito", conta. "Mesmo depois de adulta, me pedia conselhos para lidar com os homens." Thaís usa o verbo no passado porque hoje em dia as duas não se falam. "Ela ficou com medo que eu tomasse meu ex-marido de volta", diz (leia depoimento). Thaís acha absurda a idéia de tomar o ex-marido de volta, mas a tradutora Patrícia Pimenta, 34, não. Ela se arrependeu de apresentar o dela a uma amiga do trabalho. "Quando os apresentei, não acreditava que eles pudessem se dar tão bem", explica. Patrícia lembra que chegou a sair com os dois, no início, quando também estava namorando. "Namorava um cara do trabalho, que conhecia essa minha amiga também, e por isso tudo parecia muito familiar." Marido perfeito à distância O namoro de Patrícia acabou logo, mas o de seu ex-marido, não. Ela continuou a sair com o casal. "Passei a segurar vela justamente no período em que eles estavam se apaixonando", diz. "Foi horrível. Sentia ciúme e tive de me afastar para não parecer louca." O ex-marido de Patrícia se casou com a ex-amiga dela. Os dois têm um filho. "À distância, ele me parece perfeito", diz. "Só porque não posso, agora, tenho a impressão que daria certo", diz. Com a bancária Lúcia Amaral, 24, aconteceu parecido, só que o rapaz era apenas um namorado. "Apresentei-o a uma amiga que me adorava e para quem eu sempre falava dele", conta. Na época da apresentação, Lúcia e o rapaz já não namoravam mais, mas ele ainda gostava dela. "Durante muito tempo ele ainda me procurou, mesmo depois de se casar com ela, e por isso eu me sentia segura", explica. A amiga de Lúcia, ao que parece, percebeu. "Outro dia mesmo, no supermercado, deixou um carrinho cheio e foi embora, só para não ter de me cumprimentar." Texto Anterior: Escrever nome indica crise de identidade Próximo Texto: DEPOIMENTO 1 Índice |
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