São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997 |
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Bolívia 'legaliza' mercadorias
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GUAJARÁ MIRIM (RO) Para não passar pelo posto alfandegário da Receita Federal no porto de Guajará Mirim (RO), basta o sacoleiro escolher o horário certo. O posto só funciona das 7h às 19h.Fora desse horário, o comprador pode desembarcar com as mercadorias que quiser. Há vários barcos que fazem o transporte durante a noite. Mas, se o comprador brasileiro que gasta mais de R$ 150 do lado boliviano não quiser correr o risco de transportar os produtos de barco, ele pode pedir para o comerciante boliviano entregá-los em seu hotel, no Brasil. Legalização Mais do que o simples transporte, os comerciantes bolivianos providenciam a "legalização" do produto contrabandeado. As mercadorias entregues nos hotéis do lado brasileiros vêm acompanhadas de notas fiscais brasileiras, como se tivessem sido adquiridas em Guajará Mirim. Em novembro, a Receita Federal apreendeu, junto a uma mercadoria que era contrabandeada, um bloco de notas fiscais brasileiras falsas. Todas as notas do bloco tinham o mesmo número. Outra maneira para legalizar o contrabando é contratar "mulas" para passar com a mercadoria. Por apenas R$ 10 o comprador pode pagar para alguém de Guajará Mirim acompanhá-lo nas compras na Bolívia. Os contratados são conhecidos como "mulas". Cada um gasta R$ 150. Assim, a quota do sacoleiro aumenta 100%. Texto Anterior: Armas e drogas cruzam fronteira Índice |
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