São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Literatura foi a mais difícil para alunos

CRISTIANE YAMAZATO; AUGUSTO PINHEIRO

CRISTIANE YAMAZATO
da Reportagem Local
Do total de 20.386 candidatos que disputam vagas na Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), 4,23% não fizeram ontem a prova da segunda fase.
A prova de língua portuguesa, comum a todos os alunos, trouxe dez questões e uma redação.
Os vestibulandos que faziam a segunda fase na Faculdade de Educação da USP, um dos locais de prova em São Paulo, aproveitavam a sombra das árvores para relaxar antes do início do exame.
Os portões fecharam às 13h20. Na Faculdade de Educação da USP não houve retardatários. Já nas Faculdades Oswaldo Cruz, também em São Paulo, a candidata a música Sandra Helena Tornice, 19, chegou 20 minutos atrasada.
"Li no panfleto de um cursinho que os portões só fechavam às 13h30", diz. Além disso, ela estava escolhendo molduras para quadros com a mãe. Nilza disse que a filha se preparou a vida inteira. "Ela estuda piano desde criança, no entanto ninguém valoriza."
Cinco alunos fizeram a prova em uma sala especial na ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes). Outros três fizeram a prova em hospitais porque passaram por cirurgias recentes.
Às 16h os alunos começaram a sair. Segundo os entrevistados, as questões de literatura foram as mais difíceis.
"Eu não li os livros. Respondi uma questão pois lembrei do comentário de um amigo sobre a obra", diz Dario Viana Abrão, 19, que tenta medicina.
Não houve unanimidade quanto à redação. "Foi gostosa de fazer", diz Flávio Castellan, 18, que presta artes plásticas. Já Arthur Wongtschowsk, 17, que tenta engenharia elétrica, achou a dissertação difícil. "Era muito abstrata", conta.

Colaborou Augusto Pinheiro, da Reportagem Local.

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