São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997![]() |
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Líder de FHC espera um 'janeiro tenso'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Congresso Nacional inicia hoje os trabalhos da convocação extraordinária de 30 dias em que o governo apostará o seu futuro."Não tenho dúvidas de que janeiro será um mês tenso", prevê o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES). O principal item da pauta é a votação da emenda constitucional que permite ao presidente Fernando Henrique Cardoso disputar um segundo mandato em 1998. Na busca dos votos necessários para aprovar a emenda, o governo vai ter de enfrentar uma corrida de obstáculos. A votação da reeleição só deverá começar na próxima semana, depois da convenção convocada pelo PMDB para discutir o tema, marcada para o dia 12 (domingo). Entendimento Antes da contagem final dos votos da reeleição, o desafio do governo será fazer com que os partidos que compõem sua base de sustentação no Congresso se entendam na eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. A cúpula do PSDB (partido de FHC), que está oficialmente indefinido até agora, tem reunião marcada para terça-feira para decidir o que deverá fazer. Na Câmara, a eleição do líder do PMDB, Michel Temer (SP), candidato do governo, continua ameaçada pela disposição do deputado Wilson Campos (PSDB-PE) de lutar pelo cargo, mesmo contra a decisão do seu partido. "Quem falar comigo sobre renúncia é meu inimigo", afirma o candidato tucano. Parlamentares governistas avaliam que a situação do Senado é ainda mais complicada. FHC quer a eleição de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), mas não pode interferir diretamente porque o adversário do senador baiano é Iris Rezende (PMDB-GO) -outro aliado do governo. "Iris tem sido um grande parceiro do governo. Seria um complicador se o governo interferisse para a vitória de ACM", afirma o líder Elcio Alvares. "A disputa não interessa a ninguém. Continuaremos tentando um entendimento", afirma o líder do PSDB, Sérgio Machado (CE). O partido de FHC quer que as duas presidências sejam divididas entre PMDB e PFL. Pessoalmente Segundo Elcio Alvares, o próprio FHC deverá entrar em contato com vários senadores para ouvi-los a respeito da escolha do novo presidente da Casa e sobre a emenda da reeleição. "O presidente não vai opinar. Vai só ouvir, para ter uma visualização do quadro. O Senado é complicado. Cada um dos 81 senadores é líder de si mesmo. Quem se arvorar em dizer como o Senado está pensando pode se dar mal", diz o líder do governo. Com tantos problemas políticos pendentes, a atividade legislativa do Congresso deve ficar limitada basicamente à discussão da emenda da reeleição na Câmara e à aprovação do Orçamento da União para 1997 no Congresso (Câmara e Senado juntos). Vegetais Além disso, deve ser discutido um projeto de lei atualmente em tramitação no Senado. Trata-se do projeto que estabelece regras de patenteamento (direito de propriedade industrial) de vegetais -a chamada "lei de cultivares". O governo deverá fazer um esforço para que essa lei seja aprovada durante a convocação. O motivo é que depende da aprovação dessa lei a entrada do Brasil na convenção internacional que rege as patentes de cultivares. Texto Anterior: País receberá até US$ 11 bi em 1997, prevê Meirelles Próximo Texto: Custo equivale a 8 mil casas Índice |
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