São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Inundações atingem 5.733 casas no Estado

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Mais 12 mortes causadas pela chuvas foram registradas em Minas Gerais entre o final da tarde de anteontem e o final da tarde de ontem, elevando o número de mortos divulgado pelo Gabinete Militar do governo estadual para 66.
Bruno Campos, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte, informou que, mesmo com a diminuição das chuvas ontem, o número de ocorrências atendidas se manteve no patamar dos últimos dias, embora fossem menos graves.
Segundo o Gabinete Militar, 5.733 casas foram inundadas pelos rios que cortam Minas Gerais. Os problemas mais graves concentram-se na região central do Estado, banhada por grandes afluentes do alto São Francisco.
O governo do Estado -que ontem pediu ajuda ao governo federal devido à extensão dos danos causados- avalia que haja pelo menos 26.627 desabrigados.
O rio das Velhas inundou e isolou as cidades de Santa Luzia, Sabará e Raposos, além do distrito de Honório Bicalho (município de Mova Lima). Existem pelo menos 2.557 pessoas ilhadas no Estado, segundo dados divulgados no final da tarde de ontem.
Menos chuva
Ontem, as chuvas diminuíram de intensidade nas regiões mais afetadas. Em Belo Horizonte, o índice pluviométrico foi de apenas um terço do registrado nas 24 horas anteriores, segundo o 5º Distrito de Meteorologia.
A previsão para hoje é de que as chuvas continuem, porém mais fracas, à medida que se desloca a frente fria que estava estacionada sobre Minas Gerais.
Risco em encostas
O nível de alguns rios diminuiu ontem, mas o rio das Velhas continuou cheio nas cidades da região metropolitana de Belo Horizonte.
O tenente-coronel Jaime Pimentel de Souza, do Gabinete Militar, disse que, apesar da melhora geral do tempo, ainda é cedo para os desabrigados retornarem às casas em áreas de risco.
"A água infiltrada no terreno ainda pode provocar acidentes em áreas de risco, como perto de ribeirões e em encostas", disse.
O governador em exercício de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PSDB), disse ontem que não existe um levantamento completo dos prejuízos materiais nem do tipo de ajuda que o Estado precisaria para as obras de recuperação nos 125 municípios atingidos. O levantamento deve ficar pronto hoje.
Patrus determinou que a Secretaria de Estado da Saúde dispense licitação para compra de medicamentos para as vítimas.
Segundo o secretário da pasta, José Rafael Guerra, o governo tem medicamentos em estoque para iniciar de imediato o combate às doenças, principalmente às infecções intestinais, provocadas pela ingestão de água contaminada.
Segundo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, cerca de 600 mil pessoas estão sem abastecimento de água potável, das quais 200 mil vivem na região metropolitana de Belo Horizonte.

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