São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fracassa reunião secreta 'Bibi'-Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro israelense, Binyamin "Bibi" Netanyahu, e o líder palestino, Iasser Arafat, tiveram ontem uma reunião secreta, mas não chegaram a um acordo sobre a retirada de Israel de Hebron (Cisjordânia).
O encontro, que durou quatro horas, foi realizado em Erez (fronteira de Israel com a faixa de Gaza). Da reunião participou o mediador norte-americano Dennis Ross.
Apesar de não terem chegado a um acordo definitivo, ambas as partes disseram que houve progressos.
"Eu me encontrei com Iasser Arafat em Erez", disse Netanyahu a empresários na tarde de ontem em Tel Aviv. "Nós estamos fazendo progressos, mas nós ainda não conseguimos firmar um acordo definitivo."
Fontes palestinas disseram que outro encontro aconteceria hoje.
Pelos acordos de paz firmados entre palestinos e o governo trabalhista que antecedeu ao conservador Netanyahu, o controle de Hebron deveria ter sido entregue aos palestinos em março de 1996. O primeiro-ministro israelense, porém, eleito em 1996, vem adiando a retirada parcial de suas tropas.
Acusações mútuas
Palestinos e israelenses acusam uns aos outros pelo atraso na assinatura do acordo sobre a retirada de Israel de Hebron.
Chai Bazak, porta-voz de Netanyahu, culpou os palestinos dizendo que eles haviam incluído novas exigências nas negociações. "Os palestinos fizeram novas demandas no momento em que as negociações estavam prestes a terminar", afirmou Bazak.
Já Saeb Erakat, o principal negociador palestino, disse que Israel não quer se comprometer com um cronograma de retirada das zonas rurais da Cisjordânia.
Pelos acordos de paz já firmados, os israelenses deveriam se retirar da região até setembro deste ano.
"Os esforços dos EUA para que Israel especifique um cronograma detalhado para a retirada das zonas rurais palestinas não renderam frutos", disse Erakat.
Israel também não quer permitir que tropas palestinas patrulhem a Tumba dos Patriarcas, um local sagrado para judeus e islâmicos.
Tensão
Ontem, Israel voltou a atacar o sul do Líbano, área dominada pela guerrilha Hizbollah (Partido de Deus). Não há notícia de feridos.
Os aviões bombardearam presumidos esconderijos do grupo guerrilheiro na aldeia de Zabqine. O ataque se deu 30 minutos depois de a guerrilha ter ferido três soldados israelenses na aldeia de Sojod (40 km ao sul de Beirute, a capital).

Texto Anterior: Oposição congestiona centro de Belgrado
Próximo Texto: Rússia retira tropas da Tchetchênia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.