São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Decisão do PMDB define futuro de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo Fernando Henrique Cardoso depende dos votos dos deputados peemedebistas para conquistar maioria na comissão especial da Câmara que analisa a emenda da reeleição.
O partido, que tem 6 dos 30 integrantes da comissão, realiza sua Convenção Nacional no próximo domingo, quando vai se posicionar sobre a votação da emenda.
Levantamento feito pela Folha com integrantes da comissão mostra 11 deputados a favor da reeleição, 10 contra e 7 indefinidos (sendo cinco do PMDB). Todos os peemedebistas disseram ser favoráveis à reeleição, mas que vão obedecer a decisão da convenção.
Os governistas avaliam ter 18 votos favoráveis: os 11 ouvidos pela Folha -5 do PSDB, 5 do PFL e 1 do PSB-, mais os 6 peemedebistas e o deputado pefelista Jairo Azi (PFL-BA), que deve substituir Philemon Rodrigues (PTB-MG). O governo precisa de 16 votos para aprovar o projeto na comissão.
O PFL e o PSDB são os únicos que se definiram como favoráveis à reeleição. O PPB recomenda o voto não para a reeleição neste mandato. O PT e o PC do B são contra a emenda. O PSB deixou a questão em aberto e seu representante na comissão -Fernando Lyra (PE)- vota a favor.
O presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), afirmou ontem que o partido não vai fechar questão, mas recomendar o voto contra ou a favor à reeleição: "A decisão da convenção vale como força política e moral".
Paes disse que os líderes partidários se comprometeram a encaminhar a votação no Congresso de acordo com a posição oficial.
Outras lideranças acham que a questão em aberto dará mais liberdade aos parlamentares. "Vamos concentrar esforços para que a convenção defina que cada deputado vote como quiser", disse o deputado Odacir Klein (RS), presidente da comissão da reeleição.
A bancada do PMDB relaciona a reeleição com a sucessão na Câmara. Para aprovar a reeleição, deputados do partido exigem o cumprimento do acordo com o PFL que garante a eleição do líder Michel Temer (SP) para a presidência.
Henrique Alves (PMDB-RN) disse que a reeleição depende "de outras questões nacionais". Questionado pela Folha sobre o que considera "questão nacional", citou apenas "a composição das mesas da Câmara e do Senado".
A cúpula do PMDB prevê equilíbrio na convenção, com ligeiro favoritismo para os aliados do governo. A pressão de governadores deve influir na decisão. O governador Antônio Britto (RS) promete comparecer com os 60 votos do Estado para defender a reeleição.

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