São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Quinteto Armorial; Beth Carvalho 1; Beth Carvalho 2; Jorginho do Império; Os Catedráticos; Paulo Moura

PEDRO ALEXANDRE SANCHES

Quinteto Armorial
"Quinteto Armorial" (ABW), do grupo homônimo, é produto da iniciativa setentista de Marcus Pereira em recuperar as várias modalidades de música regional do Brasil e da atividade musical da Universidade Federal da Paraíba na época. Transbordando virtuosismo e simplicidade, o quinteto traça monumental esboço dos ritmos populares do Nordeste -interpreta até "Ária (Cantilenas de Bachianas Brasileiras Nº 5)", de Villa-Lobos.
(PAS)

Beth Carvalho 1
"Pra Seu Governo" (ABW), de 74, chega ao CD para mostrar Beth Carvalho ainda aquém do sucesso que a projetou como sambista "da gema" na segunda metade dos anos 70. O disco começa a toda a velocidade, com Nelson Cavaquinho tocando doloroso violão em "Miragem". Entremeado de exemplares do "novo samba", o disco cresce mesmo é nos gomos de velha guarda, com sambas raros, dos que já não se faz hoje em dia.
(PAS)

Beth Carvalho 2
"Pandeiro e Viola" (ABW), de 75, é o disco que sucedeu "Pra Seu Governo" e o que antecede o estouro com "Saco de Feijão", em 77. Ainda há Nelson Cavaquinho, Noel Rosa e Monarco, já há Martinho da Vila e Chico Buarque. É o reflexo de uma sambista indecisa entre a tradição e o bonde dos novos rumos -que ela acabaria por tomar, mais inclinada ao sucesso radiofônico. Enquanto indecisa, ela mostrava sua face mais afável.
(PAS)

Jorginho do Império
Em "O Sucesso" (ABW), esclarece-se que Jorginho do Império não é Paulinho da Viola, mas também não chega a Martinho da Vila. Explica-se: sem o virtuosismo de Paulinho, esgueira-se do populismo às vezes excessivo de Martinho, produzindo sambas corretos de matrizes tão importantes quanto Silas de Oliveira, Mano Décio, Candeia e Ary do Cavaco. Ah, e Martinho da Vila. Mas, em seus sambões de roda, o vocal é ponto fraco.
(PAS)

Os Catedráticos
"Ataque" (ABW), dos Catedráticos, é gravação dos 70 arranjada e regida por Eumir Deodato, hoje mais conhecido no Brasil por ter apresentado Elis e Milton Nascimento à islandesa Bjõrk que por sua música. Aqui, ele comanda um passeio instrumental pelaas canções de Cartola, Ataulfo Alves, Baden Powell e Vinicius, bossas e sonoridades mineiras. O resultado é injeção de pompa no samba, para o bem e (principalmente) para o mal.
(PAS)

Paulo Moura
Em "Hepteto" (ABW), gravação do final dos 60, o saxofonista Paulo Moura leva às matizes do jazz brasileirismos como os de Milton Nascimento ("Travessia", "Outubro"), Tom Jobim ("Wave", "Bonita"), Wagner Tiso, Marcos e Paulo Sérgio Valle. A formação inclui Wagner Tiso (piano) e Oberdan Magalhães (sax tenor), que nos 70 ajudaria a fundar o soul carioca com a banda Black Rio.
(PAS)

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