São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Hugh Grant diz que quer dirigir comédia

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O ator inglês Hugh Grant, 36, disse ontem à Folha que pretende estrear como diretor de cinema filmando uma comédia romântica, na qual também atuaria, para garantir a bilheteria.
Grant retornaria, assim, ao gênero que o celebrizou -notadamente em "Quatro Casamentos e Um Funeral"-, após romper com esse estilo em seu mais recente filme, "Medidas Extremas", que estréia no Brasil (Rio, São Paulo e Brasília) na próxima sexta-feira.
No Rio desde sábado para divulgar esse novo trabalho, o ator disse que não sente necessidade absoluta de incorporar personagens mais densos -como o de "Medidas Extremas"- daqui por diante.
No filme, ele interpreta o médico inglês Guy Luthan, que trabalha no setor de emergência de um hospital em Nova York.
A partir da chegada de um paciente com sintomas estranhos, que acaba morrendo e cujo corpo desaparece misteriosamente, Luthan inicia uma investigação para desvendar o que aconteceu.
Ele acaba descobrindo que o renomado médico Lawrence Myrick (interpretado por Gene Hackman) realiza mórbidas experiências com seres humanos para tentar descobrir a cura de determinada doença.
Luthan se vê, então, ante o dilema ético de aderir ou não ao projeto de Myrick. É essa questão que o filme procura discutir.
Além do conteúdo dramático do roteiro, muito diferente do das comédias que está acostumado a fazer, Hugh Grant também participa de diversas cenas de ação, sendo perseguido durante boa parte do filme e tendo que brigar fisicamente em algumas sequências.
Ele disse que não fez nenhuma preparação física especial para as filmagens. "Ficava exausto depois de filmar certas cenas. Tentei fazer com que elas parecessem reais, não como se eu fosse Arnold Schwarzenegger."
O filme é a primeira produção da Simian Films, produtora fundada por Hugh Grant e sua noiva, Elizabeth Hurley -que também veio ao Brasil-, em associação com a Castle Rock Entertainment.
Grant participou da elaboração do roteiro, principalmente escrevendo os diálogos de seu personagem, para que suas falas ficassem com um jeito mais "britânico".
Para interpretar Guy Luthan, Grant passou três semanas frequentando a emergência de um hospital nova-iorquino para acompanhar a rotina dos médicos e até aprendeu a dar pontos.
Segundo ele, sua maior dificuldade não foi conviver com o sangue, mas com a maquiagem que simula ferimentos. "É horrível."
Para Elizabeth Hurley, 31, esse é o filme em que Grant mais se parece com o que é na vida real. "Desta vez, ele faz um personagem mais inteligente e mais sério."
O próprio ator disse que seu personagem é como se sente em seus dias mais "ativos". "Geralmente sou mais passivo, mas estou tentando mudar isso. Não quero chegar aos 40 anos sentado num pub, sem fazer muita coisa."
Sobre o escândalo em que se viu envolvido ao ser flagrado fazendo sexo com a prostituta Divine Brown dentro de um carro, nos EUA, Grant disse que em nada afetou sua carreira. Para ele, as pessoas certamente esquecerão o fato. "Só os jornalistas é que não."
Hugh Grant e Elizabeth Hurley deveriam seguir amanhã para Buenos Aires, mas anteciparam a viagem para hoje devido ao mau tempo no Rio.
Na noite de domingo, os dois foram jantar na churrascaria Mariu's, em Copacabana (zona sul), de onde saíram por volta da meia-noite. Grant ganhou duas garrafas de bebida no local.

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