São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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FHC e aliados fazem mutirão amanhã

VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes, ministros e o próprio presidente terão lista de deputados que devem ser convencidos para a votação

O governo começa amanhã a fazer um mutirão para tentar convencer deputados indecisos a votar a favor da reeleição.
FHC deve receber uma lista de nomes de parlamentares indecisos. Os governistas vão pedir a FHC para que tente conquistar o apoio desses deputados.
Também num esforço final, o governo vai oferecer um cargo importante ao PT na Mesa Diretora da Câmara, que será renovada em fevereiro.
Os preparativos para o mutirão serão acertados amanhã na casa do presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). Será uma reunião-almoço, marcada para começar às 13h e sem hora para terminar.
Estarão presentes os líderes governistas José Aníbal (PSDB-SP), Benito Gama (PFL-BA), Inocêncio Oliveira (PFL-PE), Michel Temer (PMDB-SP) e os ministros Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) e Sérgio Motta (Comunicações).
Também foi convidado o presidente licenciado do PFL, Jorge Bornhausen, que é embaixador do Brasil em Portugal, mas está em Brasília para acompanhar a votação da reeleição.
A idéia será mapear quais dos 513 deputados da Câmara ainda podem ser conquistados para o lado da reeleição. São necessários 308 votos para a aprovação.
Nas contas do governo, seriam 298 os deputados a favor no final de 96. Na semana passada, o número teria chegado a 314. A idéia é ter, pelo menos, 320 votos garantidos no dia 15, quando a emenda deve ser votada em plenário.
Na própria reunião-almoço de amanhã, os comensais vão começar a telefonar para os indecisos.
No final, cada um sairá com uma lista de nomes para contatar nos dias seguintes. FHC receberá uma dessas listinhas.
Embora o governo saiba que o PT não vai apoiar a emenda da reeleição, esse partido de oposição será convidado a participar da chapa de Michel Temer para a presidência da Câmara.
Na visão do governo, quanto mais apoios a candidatura de Temer recebe, mais o seu partido, o PMDB, fica confiante de que ocupará a presidência da Câmara. Em consequência, maiores são as chances de peemedebistas votarem a favor da reeleição.
A idéia é oferecer ao PT o cargo de 2º vice-presidente. Esse posto também concentra a função de corregedor da Câmara. Os governistas pensam no nome do deputado Jaques Wagner (ex-líder petista na Câmara) para o cargo.

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