São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997![]() |
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Governo pressiona por liberação de voto no PMDB
LUCIO VAZ
Após visita ao presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), ontem, o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) confirmou a intenção do governo: "Seria melhor liberar. Mas vamos decidir na hora". O líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), também esteve com Paes e tentou acertar a liberação total da bancada na convenção de domingo. Argumentou que qualquer votação poderá dividir o partido. Está acertado entre os governistas e os dissidentes, liderados por Paes, que a convenção não vai fechar questão, mas vai recomendar o voto contra ou a favor da emenda da reeleição e do plebiscito. Os governistas temem que a convenção recomende o voto contrário à reeleição. Eles avaliam que a maioria da bancada na Câmara (cerca de 80 deputados) é favorável à reeleição. Assim, ficariam constrangidos em votar contra a posição oficial do partido. Paes não cedeu às pressões e já preparou a cédula da votação, com quatro questões: reeleição para os atuais governantes, reeleição para os próximos governantes, plebiscito e referendo sobre reeleição. Luiz Carlos Santos pediu a Paes um prognóstico sobre o resultado da convenção. O presidente do partido disse que o quadro é de equilíbrio. "Podemos ganhar ou perder. A diferença não será superior a 30 votos (de um total de 715)", disse. Paes teme a pressão dos governadores sobre os convencionais. Santos garantiu que os nove governadores estarão presentes. Paes afirma que seis deles votarão a favor da reeleição na convenção. O presidente do PMDB conta com um trunfo: as delegações de São Paulo (90 votos) e de Minas Gerais (71 votos) teriam maioria folgada contra a reeleição. O presidente do PMDB de Minas, deputado Armando Costa, disse ontem que o ex-deputado e prefeito de Contagem, Newton Cardoso, teria mudado de posição e estaria contra a reeleição. No ano passado, Cardoso chegou a realizar um jantar para articular a reeleição, com a presença de FHC. Agora, estaria contra a tese porque pretende disputar o governo de Minas em 1998. Segundo Paes, estariam fechadas a favor da reeleição as delegações do Rio Grande do Sul, Paraíba, Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O governo contaria com maioria na Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Roraima e Santa Catarina. Texto Anterior: Dois casos únicos Próximo Texto: Líderes reforçam candidatura ACM Índice |
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