São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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CBV impõe 'censura' ao novo técnico

Treinador terá que seguir regras

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O futuro treinador da seleção masculina de vôlei será "moldado" pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).
Ao assumir o cargo, ontem, no Rio, o novo presidente da entidade, Ary da Silva Graça Filho, assegurou que a CBV vai estabelecer o programa a ser seguido pela seleção até os Jogos de Sydney.
"Se o técnico escolhido concordar, o cargo é dele. Se não, nós procuramos outro."
O comando da seleção estaria, assim, vetado a técnicos considerados "estrelas", como Bebeto de Freitas, do Olympikus, e Ricardo Navajas, do Report/Suzano .
"O técnico tem que comandar dentro da quadra. Não pode ir a jornal e dizer que o ranking é bom ou não, que não concorda com horário de jogo. Ele não pode aparecer mais que o jogador."
Dentro desse perfil, estão cotados os nomes de Renan Dal Zotto, do Chapecó, e de Radamés Lattari, que trabalhou no Cagliari, da Itália, entre 1991 e 1995, e que atualmente está sem clube.
A definição do substituto de José Roberto Guimarães, que deixou o comando da seleção após a Olimpíada de Atlanta, caberá a um grupo de "notáveis".
O coronel Marcos Antonio Pires, superintendente-geral da CBV, e Sami Melinsky e Paulo Marcio, ambos do departamento técnico, têm o prazo de 15 dias para apresentar o nome do escolhido, a ser avalizado por Graça Filho.
Mestre
Mesmo dirigindo o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, continuará a exercer influência na CBV. Ele será o presidente de honra da entidade.
Em seu discurso de posse, Graça Filho, que cumprirá mandato de quatro anos, se referiu ao nome de Nuzman 29 vezes. Chegou a chamá-lo de "mestre".
Graça Filho assegurou que vai dirigir a entidade como uma empresa e que as federações que se adequarem ao programa proposto por ele terão maior apoio.
Caça-níqueis
Bernardo Rezende, o Bernardinho, treinador da seleção feminina, disse que ainda não recebeu convite oficial para ficar no cargo.
"Eu pretendo continuar. É uma questão de conversar e definir o que vai ser feito."
O técnico se disse favorável à disputa do Grand Prix (versão feminina da Liga Mundial), para dar "experiência a novas jogadoras".
Graça Filho, mesmo antes de tomar posse oficialmente, cancelou a participação no Brasil, atual bicampeão do torneio.
"Não vou disputar um torneio massacrante e que só enche os bolsos da Federação Internacional."

O jornalista José Alan Dias viajou ao Rio de Janeiro a convite da Confederação Brasileira de Vôlei

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