São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Túlio é o símbolo de uma virada corintiana

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Túlio representa mais do que a simples contratação de um artilheiro famoso. É o símbolo da virada corintiana que se prenuncia, com o suporte que lhe darão Romeu, Sangaletti, Fábio Augusto e, quem sabe, Fernando Diniz, sem se falar no próximo alvo: André.
Ora, se tudo correr bem nesse sentido, teremos um Corinthians para disputar o título paulista. Diria mais, com melhores chances que os demais, se escalarmos ao lado desse timaço a Fiel imbatível: Ronaldo; Rodrigo, Sangaletti, Célio Silva e André; Romeu, Fábio Augusto, Marcelinho e Neto ou Souza; Fernando Diniz e Túlio, com Mirandinha, Henrique e Silvinho no banco.
É time pra ser campeão, embora a história esteja prenhe de exemplos de tigres de papel. O próprio Corinthians já teve algumas amargas experiências desse tipo. E o mais recente foi o Flamengo de Kleber Leite.
Em todo caso, é sempre melhor morrer da esperança de vir a ser do que da certeza de que jamais seria.
*
E o Palmeiras, que sonha com Zé Roberto, recebe seu maior presente de Natal: mestre Telê Santana, o mais bem equipado treinador brasileiro de todos os tempos (talvez, perdesse esse trono para Cláudio Coutinho, caso o destino não nos privasse do jovem treinador cruel e precocemente).
Mas, como uma coisa leva à outra, vale lembrar que foi exatamente contra o Flamengo de Coutinho -aquele que viria a ser campeão do mundo- que o Palmeiras de Telê teve um de seus momentos mais gloriosos: os históricos 4 a 1, em pleno Maracanã, numa das mais impecáveis exibições de um time de futebol que tive a chance de assistir.
É como se Telê retomasse a história a partir daquele ponto, agora num Palmeiras mais sólido e menos angustiado pela fila de desilusões da virada dos 70 para os 80. Será mesmo?
Não foi o que transpareceu do desabafo de Cafu aos microfones da Jovem Pan, ontem, diante de matéria do "Diário Popular", com base em declarações de dirigentes palestrinos que sugerem ser o capitão um mercenário.
Seriam os primeiros sintomas de recaída ao velho Palmeiras, depois da saída de Seraphim?
Por outro lado, há que se testar como anda de saúde e equilíbrio emocional o mestre. Se estiver totalmente recuperado, com o elenco de que dispõe, sem dúvida haverá de cumprir sua sina de vencedor.
Caso contrário...
*
Leio que o tricolor não aceitou a oferta do Santos: uma troca entre André e Vágner.
Em seguida, constato que Muricy quer insistir com André na meia esquerda, passando a Denílson o bastão que foi empunhado desastradamente por Muller na sua última, breve e infeliz passagem pelo Morumbi.
Pois não foi essa a razão de toda a confusão que acabou transformando André num reserva de luxo desse pobre tricolor? E, mesmo que André tenha voltado das férias mais cordato, o time ficará penso, com dois canhotos, um em cada meia.
Melhor seria aceitar a proposta santista, posto que algo me diz que o São Paulo acabará sem André, nem Vágner.

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