São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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AINDA É MELHOR PREVENIR

A recente discussão em torno dos perigos e da incidência do câncer de próstata enseja, particularmente no Brasil, uma reflexão sobre o preconceito e a desinformação disseminados entre muitos homens em relação aos exames urológicos e do aparelho reprodutivo, assim como sobre a importância dos procedimentos preventivos em geral na medicina.
Segundo especialistas, uma intervenção cirúrgica para a remoção da próstata, como a realizada recentemente no ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, pode ser evitada desde que, a partir dos 40 anos, seja feito regularmente o exame do toque retal, que permite avaliar com precisão o tamanho e a consistência da próstata.
O desinteresse de certos homens em relação a exames que a rigor deveriam ser rotineiros parece responder, em muitos casos, tanto a um receio excessivo da dor quanto a uma visão ainda bastante preconcebida em relação à inspeção de partes específicas do próprio corpo.
Tal comportamento representa sério empecilho para que graves doenças sejam diagnosticadas a tempo de receber o tratamento adequado que garanta a plena recuperação do paciente. Mostra ainda como o conceito de medicina preventiva ainda foi pouco absorvido pela população.
No caso específico da saúde reprodutiva, a mulher, por força do advento da primeira menstruação, é levada aos exames ginecológicos desde a puberdade, o que naturalmente a torna mais familiarizada com sua fisiologia. Por isso mesmo é fundamental desencadear processos reeducativos que diminuam os efeitos tanto da desinformação como do preconceito também entre os homens.
A notável evolução dos procedimentos de diagnóstico nos últimos 20 anos conferiu maior visibilidade a patologias que antes eram detectadas com menor frequência ou mesmo com menor precisão. Mais uma razão para que a conduta preventiva em saúde seja priorizada.

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