São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997
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Desejo presidencial; Vendo se cola; Briga de foice; Registro histórico; Ferindo o inimigo; Eu sou o bom; Mil utilidades; Sem acordo; Pré-datado; Jogo do PMDB; Mexendo no time; Confiança mantida; Proposta indecente; Campanha envergonhada; Só para alguns; TV oficial

Desejo presidencial
FHC quer que a emenda da reeleição seja submetida a referendo após ser aprovada na Câmara e no Senado, o que ele dá como certo. O PFL resiste à idéia. O PSDB a apóia. Parcelas do PMDB e PPB são simpatizantes.

Vendo se cola
O Planalto trabalhará pelo referendo sobre reeleição nos bastidores. Para não ferir o PFL. "O tema deve ser colocado na agenda nacional pelo Congresso", diz um tucano próximo a FHC.

Briga de foice
O referendo não interessa ao PFL. Isso diminuiria a importância do partido como a grande força de sustentação política que deu a reeleição a FHC. A consulta popular interessa ao PSDB e aos governistas do PMDB e PPB. Para enfraquecer os pefelistas.

Registro histórico
Um outro objetivo de FHC é "limpar" sua biografia e se livrar da cobrança de casuísmo da sociedade civil e da oposição. Avalia que, sem consulta popular, a imagem histórica da aprovação da reeleição se igualará à dos cinco anos de Sarney.

Ferindo o inimigo
O referendo teria mais uma utilidade para o Planalto: tirar de Maluf o discurso de que a manobra pela reeleição foi casuística e fisiológica. FHC concorreria em 1998 com a bênção popular.

Eu sou o bom
FHC quer o referendo porque tem certeza de que sai vencedor. Confia nos altos índices de popularidade das pesquisas.

Mil utilidades
No referendo desejado pelo Planalto, a população decidiria separadamente se a reeleição deve valer para presidente, governadores e prefeitos. Seriam resolvidas também questões como prazo de desincompatibilização.

Sem acordo
No PT, a oferta da 2ª secretaria da Câmara na chapa de Michel Temer (PMDB) foi ironizada. "Eles nos procurarem é sinal da debilidade da candidatura oficial", diz Milton Temer (RJ).

Pré-datado
Depois de assegurar o apoio dos aliados a Michel Temer, o PMDB articula para que a eleição na Câmara ocorra antes do Senado. Segundo Geddel Vieira Lima (BA), para tranquilizar o partido de que o acordo será cumprido.

Jogo do PMDB
A eleição do Senado está prevista para o dia 4 de fevereiro, terça. Na Câmara, poderia ser feita na segunda, dia 3. Para governistas, a eleição de Temer seria a garantia que falta para ACM assegurar vitória no Senado.

Mexendo no time
Covas deve indicar seu secretário da Casa Civil, Robson Marinho, para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. José Aníbal, líder do PSDB na Câmara, deve substituir Marinho.

Confiança mantida
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, José Afonso da Silva, continuará no cargo. Segundo um tucano, Covas sepultou os sonhos de Zulaiê Cobra Ribeiro, que queria a vaga.

Proposta indecente
Governistas fizeram chegar a Maluf a avaliação de que, já que a reeleição para FHC é inevitável, seria bom para o pepebista a exclusão de governadores e prefeitos da emenda. Tiraria Covas do caminho em 98 em São Paulo.

Campanha envergonhada
Circula em São Paulo um abaixo-assinado de apoio à reeleição entre profissionais liberais e intelectuais. Mas já há racha entre os tucanos paulistas. Um grupo achou precipitada a distribuição do adesivo: "FHC-98".

Só para alguns
Do abaixo-assinado pró-reeleição, que circula entre tucanos paulistas: "Bons governantes são raros. A estes não se deve negar a possibilidade de concorrer a um novo mandato".

TV oficial
O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, se reúne na terça com o presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge da Cunha Lima, e com o conselho da fundação. Vão discutir ajuda do governo federal à TV Cultura.

E-mail painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do senador Esperidião Amin (SC), sobre deputados federais do PPB afirmarem reservadamente que ele não deverá continuar na presidência do partido por ser defensor da reeleição:
- É intriga que se esconde no anonimato. No caso, os anônimos merecem o anonimato.

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