São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997
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Tempo de festa

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

As apresentações de pré-temporada da F-1 são sempre recheadas de sorrisos, de tapinhas nas costas e das indefectíveis promessas de sucesso.
Faz parte. É necessário convencer patrocinadores, mídia e torcedores de que pelo menos as intenções são razoáveis.
Nesta semana, na Itália, a Ferrari com o visual assumidamente comercial foi apresentada por um Schumacher, como sempre, cético.
E, na Inglaterra, um Arrows renovado, pintado por US$ 50 milhões de patrocínio, foi descoberto por um ambicioso Tom Walkinshaw, um confiante Hill e um animado Diniz.
Como se esperava, nenhuma grande novidade. A versão B do F310, como o próprio nome diz, é apenas uma evolução do modelo de 1996, sem os excessos no cockpit e com a traseira mais próxima à do Benetton.
O A18, por sua vez, mostrou um desenho convencional, segundo o próprio projetista, que deverá se equilibrar entre o desempenho dos pneus da Bridgestone e do V10 da Yamaha.
O motor, na verdade, deverá ser o tendão de Aquiles do time. Não era a primeira opção de Walkinshaw, que queria o fornecimento da Mugen Honda.
O negócio foi fechado tardiamente, e o propulsor de 1997, de maior confiabilidade, só deve estrear em Imola.
Ao contrário da Honda, a Yamaha nunca levou a coisa tão a sério na F-1. Walkinshaw só assinou o contrato depois de arrancar a garantia dos japoneses de que a coisa iria mudar.
E, por mais milagrosa que seja a borracha da Bridgestone, a F-1 tem limites bem definidos.
Ficar entre as seis primeiras é de se esperar -basta superar a Ligier, conturbada pelas negociações com Prost.
Agora, falar de vitória, sob condições normais, parece ainda algo exagerado. Na verdade, se isso acontecer, os méritos caberão principalmente a Walkinshaw, que, ao contrário de muitos, não ladra. Morde.

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