São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TENSÃO RURAL

A decisão da União Democrática Ruralista de orientar fazendeiros a se defender contra invasões patrocinadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra mostra que a região do Pontal do Paranapanema (SP) pode estar caminhando para mais um lamentável ciclo de violência na disputa pela posse da terra.
Tal disposição ao confronto surge exatamente depois de o governo federal e o Congresso terem respondido, no final do ano passado, com medidas positivas que finalmente trouxeram alguma esperança de se modificar a arcaica estrutura fundiária existente no país.
Com a aprovação do novo ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) e do projeto que instituiu o rito sumário nos processos de desapropriação de terras, no mês passado, foram criadas condições legais para que se possa combater a sobrevivência dos latifúndios improdutivos e para que a Justiça responda de forma rápida às pendências que ajudam a aumentar a tensão no campo.
Diante de um quadro promissor, que não se via no país havia muito tempo, é inaceitável que o MST continue com sua política de seguidas invasões de terras, que só colabora para a ocorrência de novos confrontos. Os proprietários, por sua vez, ao fomentar um clima de reação, que prevê inclusive o uso da violência, voltam a reduzir a complexa questão fundiária a um mero embate entre dois grupos organizados.
É preciso reconhecer os avanços que foram obtidos recentemente. As práticas das invasões e das reações armadas devem ser abandonadas para que se evite uma nova e preocupante onda de violência no campo.

Texto Anterior: CREDIBILIDADE EXTERNA
Próximo Texto: DELINQUÊNCIA PRECOCE
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.