São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Maçã perde volume e ganha qualidade

MARCELO NEGROMONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A safra de maçãs deste ano, que começa a ser colhida no final deste mês no Sul do país, vai render ótimos frutos.
Há pelo menos dez anos não havia uma safra tão boa, segundo Luiz Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs (ABPM).
Este ano, cerca de 70% das maçãs estão em boas condições. "Tivemos o inverno mais rigoroso dos últimos 30 anos na região Sul, o que foi fundamental para o grande número de maçãs sadias e maiores", afirma Borges.
No ano passado, devido a um inverno pouco rigoroso e com chuvas intensas, apenas 30% da safra foi de boa qualidade.
Os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul são responsáveis por mais de 90% da produção nacional de maçã.
Nas próximas semanas deverão ser colhidas 520 mil t. São, pelo menos, 25 mil t a menos que em 1996 (veja quadro ao lado).
"Chegaríamos a 600 mil t se tivesse chovido menos na época da floração da maçã tipo gala (setembro e outubro)", diz Borges.
As maçãs destinadas à indústria, de qualidade inferior, representam menos de 10% da produção deste ano, contra 25% no ano passado.
Os preços para o mercado interno devem ficar próximos dos de 1996, entre R$ 12 e R$ 15 a caixa de 18 Kg, de acordo com a ABPM.
Exportações
A ABPM estima que serão exportadas cerca de 18 mil t de maçãs, equivalentes a 3,5% da produção deste ano.
Esse número fica abaixo do volume exportado na safra de 1992 (30 mil t), recorde histórico. A meta para o ano 2000 é destinar 10% da produção para exportação.
Os maiores importadores de maçãs brasileiras são os EUA e Europa. A maçã gala, de sabor mais ácido, é a mais exportada.
A Rasip, empresa do grupo Random, de Vacaria (RS), deve exportar cerca de 70% de maçãs gala. Os 30% restantes serão do tipo fuji, mais doce.
"A fuji está começando a ter maior penetração na Europa agora", diz José Souzo, gerente comercial da Rasip.

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