São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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PMDB adia para hoje votação em comissão

DENISE MADUEÑO; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo fracassou na tentativa de convencer o PMDB a votar a emenda da reeleição no plenário da Câmara ainda em janeiro, como queria FHC.
O PMDB concordou apenas em votar hoje a emenda na comissão especial que analisa o assunto. A votação estava prevista para ontem, mas foi necessário o adiamento de 24 horas para que o partido resolvesse suas contradições
internas.
"Vamos honrar o acordo de aprovar a emenda amanhã (hoje) e esperamos que o governo honre o compromisso de eleger o PMDB para a presidência da Câmara. Temos certeza de que não há clima para votar a emenda em plenário antes da eleição da Mesa", afirmou o deputado Edinho Bez (SC), vice-líder do partido.
"Nossa prioridade agora é votar na comissão. O calendário do plenário ainda será reavaliado", disse o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA).
Depois de várias reuniões, os três peemedebistas da comissão que se negavam a votar a favor acabaram concordando com a orientação do líder Michel Temer (SP).
O deputado José Aldemir (PB) disse que votaria a favor em nome da unidade da partido. O deputado João Natal (GO) disse à Folha que seu voto está indefinido, mas também fez um discurso pela unidade.
Carlos Nelson (SP) não participou da reunião com os líderes e, segundo sua assessoria, foi chamado para reunião no Planalto.
Os três deputados insistiam em seguir as determinações da Convenção Nacional do PMDB, realizada no último domingo, que recomendou o voto contra a reeleição e a análise da matéria somente depois do dia 15 de fevereiro.
O placar que o governo espera obter hoje é de 19 votos a 11. O bloco PPB-PL deve votar contra a emenda, apesar de formalmente integrar a base governista.
"Vou recomendar aos deputados que acompanhem a decisão da Executiva do partido, aprovada em Convenção Nacional, votando contra a proposta", afirmou o líder do PPB, Odelmo Leão (MG).
O pedido de adiamento da votação na comissão por 24 horas foi aprovado por 29 votos a 1, em um inédito consenso entre governo e a oposição. O único voto contrário foi o do líder do PSB, Fernando Lyra (PE), que defendeu o adiamento por dois dias.
A estratégia da oposição não é mais provocar atrasos na tramitação da emenda. "Não vamos mais obstruir, mas desgastar politicamente o governo. Vamos expor suas reais intenções", afirmou o deputado José Genoino (PT-SP).
(DENISE MADUEÑO e DANIEL BRAMATTI)

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