São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Abstenção continua baixa

AUGUSTO PINHEIRO

AUGUSTO PINHEIRO; PATRÍCIA CEOLIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Unicamp registrou ontem um índice de abstenção de 7,79%. Segundo Paulo Sérgio Franco Barbosa, coordenador do vestibular, os índices registrados até o terceiro dia são os menores em dez anos.
"A expectativa é de que esse índice se mantenha no último dia de exame (hoje)", afirma.
Antes do início da prova, na EEPSG Caetano de Campos, local de exame em São Paulo, o clima era de descontração.
Carlos Augusto Magalhães, 18, que tenta química, esperava uma prova de física bem trabalhosa. "Eu tiro pela do ano passado."
Quanto à prova de geografia, ele achava que não seria difícil. "Me dediquei à área de humanas."
Seu amigo, Sandro Ricardo Ferreira, 20, diz que escolheu engenharia da computação porque "é uma área promissora".
"Além disso, já sou técnico em telecomunicações", diz. Ele apostava que se sairia bem em física. "É a matemática que domino mais."
Alegre e descontraída, Patrícia Nakamura, 18, elogiava o seu colégio. "Desde o primeiro ano, eles dão ênfase ao vestibular", conta.
Ela, que presta medicina, curso mais concorrido da Unicamp, já se matriculou em um cursinho caso não seja aprovada. "Eu preferi garantir a vaga", conta.
Nádia Medawar, 17, esperava ter um bom desempenho. "Durante o ano passado, reservei meus sábados para o estudo." Mas os domingos da candidata à medicina eram sagrados. "Fazia um curso de dança russa. Dava para relaxar depois da semana de livros."
Luis Gustavo Bertezini, 18, só está fazendo a segunda fase por causa do pai. "Já fui aprovado em engenharia mecânica na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e só a troco pela USP."
Ele já sonha com Florianópolis. "Meu irmão faz engenharia elétrica lá. As praias são bonitas e o curso é um dos melhores do país."

Colaborou Patrícia Ceolin, da Folha Campinas.

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