São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Após achar 4 cartas-bomba, ONU cessa envio de correspondência

Alvo era a sucursal do jornal árabe "Al Haiat" em Nova York

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O envio de correspondência para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) foi interrompido ontem depois de outras duas cartas-bomba terem sido detectadas.
Ambas foram desativadas por especialistas e não causaram vítimas. Como as outras duas encontradas na véspera, essas cartas-bomba também eram destinadas à sucursal de Nova York do diário "Al Haiat", editado em Londres e pertencente a integrantes da família real saudita.
Em janeiro, cinco cartas-bomba haviam sido localizadas no Clube Nacional de Imprensa, em Washington, endereçadas à sucursal do jornal. Nenhuma explodiu.
O diário é considerado um equivalente ao "International Herald Tribune": um jornal nacional no exterior (o "IHT" é um diário com notícias dos EUA que circula na Europa; o "Haiat" é publicado em árabe na Europa).
Embora siga linha editorial considerada moderada, o jornal tem publicado textos críticos em relação ao fundamentalismo islâmico e talvez por isso tenha se tornado o alvo desses atentados.
Suspeita-se que seguidores do líder religioso Omar Abdel-Rahman possam ser os responsáveis pelas cartas-bomba contra o " Al Haiat". Abdel-Rahman cumpre pena de prisão nos EUA por envolvimento no atentado contra o World Trade Center, que em fevereiro de 1993 matou seis pessoas e feriu mais de mil outras.
Outras três cartas-bomba foram identificadas no início deste mês numa prisão federal no Estado de Kansas onde três seguidores de Abdel-Rahman cumprem pena de prisão perpétua.

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