São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Getúlio suicidou-se em agosto de 1954

DENISE PEROTTI
DO BANCO DE DADOS

O presidente Getúlio Vargas se suicidou com um tiro no peito na manhã do dia 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, no Rio, aos 72 anos.
Antes das 8h, Vargas teria saído do quarto de pijama e se dirigido ao gabinete. Um camareiro o teria visto voltando ao quarto com um volume pesado no bolso do pijama.
Meia hora depois, teria sido escutado o estampido do revólver. Os familiares e assessores encontraram então Getúlio sobre a cama, já agonizando.
Em uma mesa de cabeceira foi encontrada a carta-testamento assinada por Vargas. A carta foi transmitida por telefone para a rádio Nacional.
"Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História", escreveu.
O velório de Vargas foi aberto ao público na tarde do dia 24. O caminho até o aeroporto Santos Dumont reuniu uma multidão de 150 mil pessoas. O corpo foi enterrado em São Borja (RS).
Vargas foi eleito presidente em 1950. Os problemas na administração de Vargas começaram a se agravar no início de 54.
A UDN (União Democrática Nacional) denunciava desde desfalques até negócios escusos com o dinheiro público no governo.
O estopim da crise foi o assassinato do major-aviador Rubens Florentino Vaz. O atentado seria contra o jornalista Carlos Lacerda, crítico ferrenho do governo Vargas, que foi ferido no pé.
O crime teria sido praticado por um pistoleiro contratado pela segurança presidencial. Vargas foi acusado de ser o mandante. Com a morte do major-aviador, a Aeronáutica toma partido. Brigadeiros e oficiais da FAB exigem a deposição do presidente.
A última ação de Vargas como presidente foi a convocação de uma reunião ministerial, que começou às 3h do dia 24, para discutir a recusa do presidente em renunciar. Durante a reunião ficou decidido que Vargas pediria uma licença.

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