São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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FHC decide se desculpar com Sarney

FERNANDO RODRIGUES

FERNANDO RODRIGUES; VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) decidiu ontem que deve visitar o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), para se desculpar pela descompostura a que submeteu o peemedebista.
O encontro do presidente Fernando Henrique Cardoso com Sarney poderia acontecer ainda ontem à noite na casa do senador. A operação era guardada sob sigilo total até as 20h.
A Folha telefonou para as assessorias de FHC e de Sarney perguntando sobre o assunto. Os assessores negaram o encontro.
Se não acontecesse ontem, a reunião de reaproximação entre FHC e Sarney poderia ser realizada hoje ou amanhã.
Irritação
Sarney, que foi presidente da República (85-90) e hoje preside o Senado, ficou irritadíssimo com FHC por causa da descompostura de segunda-feira.
Considerou uma deselegância o presidente tê-lo colocado junto a outros peemedebistas para tomar uma bronca.
"Ele me colocou numa cadeira qualquer. Fiquei em frente ao (Nelson) Jobim (ministro da Justiça). Isso não tem cabimento", disse Sarney a um amigo.
Para contornar a situação foram convocadas três personalidades políticas que têm bom relacionamento tanto com FHC como com Sarney: o presidente licenciado do PFL, Jorge Bornhausen, o vice-presidente, Marco Maciel, e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL).
Roseana
Roseana, filha de Sarney, foi chamada do Maranhão para Brasília. Embarcou ontem mesmo para a capital do país.
Uma das estratégias para esconder o encontro foi divulgar que o presidente do Congresso estaria enfermo, com gripe.
Para consumo externo, a assessoria do senador informava apenas que ele estaria "de cama", em casa. Sobre o encontro com FHC, a resposta era que isso não teria "o menor fundamento".

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