São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Siscomex pode afetar balança de janeiro

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor técnico da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), José Augusto de Castro, criticou ontem a forma de implantação do Siscomex na área de importação.
O Siscomex é um sistema informatizado que elimina documentos e burocracia e que, pelo menos em tese, facilitaria o trabalho no setor.
Ele chegou a aventar a possibilidade de um "superávit utópico" -apenas estatístico- na balança comercial de janeiro, por causa dos problemas do programa.
Segundo castro, o "alívio artificial" não terá efeito mais prolongado, já que os produtos importados retidos, se não forem desembaraçados em janeiro, o serão nos meses seguintes, quando entrarão normalmente no mercado. Ele disse que as exportações, indiretamente, poderão ser afetadas.
"Há produtos de exportação que dependem de matérias-primas importadas", disse.
Castro lembrou que o Siscomex foi implantado na exportação, mas de maneira gradual. Durante algum tempo, afirmou, foi possível exportar usando computadores ou o sistema tradicional, que funcionava como "válvula de escape" quando havia problemas na área informatizada.
"Antes de entrarmos no novo sistema, foi avisado: não temos estrutura para isso, ninguém foi treinado", disse.
O dirigente da AEB disse que, para a implantação do Siscomex na importação, marcada para 2 de janeiro, o treinamento só começou em 12 de dezembro, apesar de seu início ser esperado desde 1993.
"As empresas estão tendo custos adicionais de armazenagem e se arriscam a perder mercadorias perecíveis", afirmou.
Castro informou que, dos cerca de 30 mil importadores brasileiros, há apenas uns 8.000 credenciados para operar o Siscomex.
Problemas
A coordenadora da superintendência técnica da AEB, Tatiana Tavares Teixeira, disse que o Siscomex "é excelente" e está "em processo de maturação", mas está sofrendo problemas ligados a deficiências de vários tipos.
Segundo ela, os disquetes com o programa apresentaram problemas, impedindo sua implantação nos micros. "Há dificuldade de acesso por causa das linhas telefônicas. Os telefones de apoio são poucos para atender ao país todo."
A CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro) informou que os problemas no Siscomex não alteraram a rotina do porto do Rio.

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