São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Guerra dos seis anos; Cenário pefelista; Cenário peemedebista; Desfecho esperado; Tirando o corpo; Operação arriscada; Pais da criança; Vôo de reconhecimento; Cosmética trabalhista; Corrida fisiológica; Aparelho eclético; Batalha dos números ; Malufista enrustido; Mundo que gira; Só pensa em política

Guerra dos seis anos
Virou questão de honra para os peemedebistas boicotar a votação da reeleição no plenário da Câmara na quarta, dia 22, anunciada pelo pefelista Inocêncio Oliveira (PE). Viram que, se votassem, fortaleceriam o PFL.

Cenário pefelista
O jogo do PFL: com a ajuda do PSDB, tenta conseguir uma parcela de votos peemedebistas que seja suficiente para aprovar a emenda no dia 22. Se obtiver sucesso, sairá como vencedor da queda-de-braço com o PMDB.

Cenário peemedebista
O jogo do PMDB: não vota a reeleição no dia 22, mostra a FHC que sem o partido a emenda não passa e vence o PFL. Depois, faz acordo para votar o 1º turno no dia 29 e deixa o 2º turno para depois de 15 de fevereiro.

Desfecho esperado
Os peemedebistas Jader Barbalho, Michel Temer e José Sarney aceitam um acordo que marque para 29 de janeiro o 1º turno de votação da reeleição na Câmara e que deixe o 2º turno para depois de 15 de fevereiro.

Tirando o corpo
FHC já sentiu que não dá para votar a reeleição no dia 22. Tem dito que é preciso recontar os votos e que o anúncio da data foi feito para manter aceso o processo. Deixa claro que o dia marcado é responsabilidade do PFL.

Operação arriscada
Ministros de FHC já perceberam que caíram numa armadilha quando se anunciou a votação do 1º turno da reeleição no dia 22. Como isso é improvável, deverão amargar repercussão política negativa, a exemplo do fiasco na convenção do PMDB.

Pais da criança
Os líderes Inocêncio Oliveira (PFL-PE) e José Aníbal (PSDB-SP) foram os que mais insistiram em levar a emenda da reeleição ao plenário da Câmara na quarta, dia 22. Os dois acham que o governo tem os 308 votos.

Vôo de reconhecimento
Itamar Franco vai a Brasília no fim de janeiro. Para receber uma medalha do Congresso. Engrossa o cordão contra a reeleição, mas deve voltar para Washington (EUA) ainda sem partido, apesar do assédio peemedebista.

Cosmética trabalhista
O ministro do Trabalho, Paulo Paiva, lança amanhã a nova Carteira de Trabalho, no Paraná. Para impedir falsificações, o documento foi elaborado com as mesmas garantias de segurança usadas nos passaportes.

Corrida fisiológica
Acusados de atrapalhar a reeleição para obter mais nomeações, senadores do PMDB ameaçam pedir a divulgação da lista dos cargos que todos os aliados têm no governo. Apostam que perdem para o PFL. De longe.

Aparelho eclético
A exemplo dos governistas, que se reúnem na casa de Luís Eduardo Magalhães, a oposição criou comitê para acompanhar os votos anti-reeleição. É formado por um deputado do PT, um do PC do B, um pepebista e um pefelista.

Batalha dos números
Na lista do comitê anti-reeleição, os votos contrários a FHC seriam 198. Bastariam mais dez para inviabilizar a emenda. Na conta de um governista do PMDB, o Planalto tem 281 votos. Um pefelista já fala em 330.

Malufista enrustido
Um ministro quer tirar Sérgio Motta (Comunicações) da articulação pró-reeleição. "Essa tentativa de filiar peemedebistas ao PSDB nesta hora é mais uma contribuição dele para melar a reeleição de FHC", afirma.

Mundo que gira
De Amin (PPB): "Jamais imaginei que malufar viesse a significar querer manter a ordem constitucional vigente (no caso, rejeitar a reeleição). Jamais imaginei ver o Maluf e o ACM defenderem plebiscito e ver o FHC optar pelo colégio eleitoral".

Só pensa em política
A mulher de Paulo Maluf, Sílvia, tem uma insatisfação. Desde que deixou a prefeitura paulistana, o marido levou seu escritório e todo o staff para casa. A assessoria de imprensa, por exemplo, ocupa uma sala inteira.

TIROTEIO
De Jacques Wagner (PT), sobre o fato de as professoras de Santa Maria da Vitória (BA), onde FHC deu aula a crianças em fevereiro de 95, estarem há 18 meses sem receber o salário:
- Ou FHC é um tremendo pé-frio, ou o programa de educação que ele lançou é um tremendo engodo.

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