São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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João Paulo

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Driblar. Esse foi o "pecado" que cometeu o atacante João Paulo, 32, um jogador "caçado" pelos zagueiros adversários.
O jogador disse que, mesmo sabendo dessa sina, nunca pensou em mudar seu estilo de jogo. "Nasceu comigo", afirma.
João Paulo Paulo diz que sua aposentadoria ainda está muito longe. Dono do passe, procura uma equipe do interior para disputar o Paulista-97.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, que fatores o transformaram num dos jogadores mais "caçados" do futebol brasileiro?
João Paulo - Meu estilo de jogo. Sou um atleta que pega a bola e vai para cima do marcador. Essa sempre foi a minha maior característica, aliada à velocidade.
Assim, a maneira mais fácil de meus adversários me pararem era fazendo faltas.
Quando eu comecei a jogar futebol, o carrinho por trás não era punido. Essa era uma jogada muito perigosa, que deixou muitos jogadores machucados.
Folha - Com isso, você deve ter tido muitos problemas de contusão na sua carreira?
João Paulo - Quando jogava no Brasil não. Tive uma contusão séria quando estava no Bari, da Itália, em 1991.
Tive que ficar um ano parado, justamente quando eu estava na melhor fase da minha carreira.
Folha - Você, se pudesse voltar ao passado, mudaria seu estilo de jogo para não sofrer tantas faltas?
João Paulo - De maneira alguma. Driblar sempre foi uma coisa natural em mim.
Eu cheguei a jogar na seleção brasileira e me transformei em ídolo da torcida do Bari por causa dessa característica.
Folha - Qual a função de um jogador driblador em campo?
João Paulo - Várias coisas. É importante para cavar faltas e para puxar os contra-ataques, por exemplo.
Também é muito útil na hora de reter a bola. Com isso, você permite aos jogadores do meio-campo e da defesa recuperarem o fôlego.
Folha - Você fez algum treino específico para acentuar sua capacidade de driblar?
João Paulo - Não, nunca fiz. Essa foi uma característica que já nasceu comigo.
Folha - Atualmente, você vê um "herdeiro" para o seu estilo.
João Paulo - Acho que dois jogadores têm essa virtude. Um é o Sávio, do Flamengo. O outro é o Souza, do Corinthians, mas só quando ele está inspirado.

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