São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Fabinho

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Treinamento específico. Essa é a receita do meia defensivo Fabinho, 27, para tornar seus passes mais eficientes.
O jogador fez um trabalho para "calibrar" sua perna esquerda. Para tanto, chegou a não usar a direita -a "boa"- em treinos táticos e rachões do Cruzeiro.
Fabinho espera que sua perna esquerda seja fundamental para seu time conquistar a Taça Libertadores da América nesse ano.
"É o nosso principal objetivo, tanto que o Cruzeiro vai manter dois times nesse semestre: um para o campeonato estadual e outro para a Libertadores e a Copa do Brasil", afirmou.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, que fatores o levaram a cometer tão poucos erros no passe?
Fabinho - Muito trabalho e treinamento específico. Eu sou destro. Durante os treinos táticos e os rachões (partidas entre os jogadores do mesmo time) no ano passado só chutava a bola com a perna esquerda.
Também fiz muito treino no paredão, sempre chutando com a perna esquerda.
Folha - E como os outros jogadores do time encararam o seu treinamento?
Fabinho - No começo eles estranharam e brincaram. Nos rachões eles ficavam um pouco irritados, pois jogador de futebol não gosta de perder nem em treino.
Mas, quando viram que os meus passes estavam melhores, pararam de fazer críticas. Até apoiaram a minha iniciativa.
Comecei até a fazer passes longos com a perna esquerda. Melhorou muito para o time, principalmente na distribuição das bolas roubadas.
Folha - Você fez esse treinamento o ano todo?
Fabinho - No final do ano, por causa do aumento do número de jogos, tive que diminuir um pouco os treinamentos.
Pretendo retomá-los agora, na nossa pré-temporada.
Folha - Qual é a importância de um meia defensivo, como você, ter um percentual de passes certos alto?
Fabinho - É grande. O volante precisa desarmar e distribuir a bola com perfeição. Com isso, a velocidade do time aumenta.
No futebol moderno não se pode errar passes bobos. Cada detalhe faz diferença.
Na minha posição não posso inventar muito. Tenho que aperfeiçoar os meus dons naturais.
Folha - Antes de você fazer esse treinamento específico você já tinha um bom aproveitamento de passes?
Fabinho - Sim. Trabalhei muito os fundamentos do futebol na escolinha do Flamengo. A escola de futebol do Rio de Janeiro é de toque de bola. O Cruzeiro também tem isso, que facilitou a minha adaptação ao time.
Folha - Você acha que as escolinhas de futebol são importantes na formação do jogador?
Fabinho - Claro. São nas categorias de base que começam a aprimorar o seu talento natural.

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