São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Djalminha

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Talento, muito talento. Para o meia-atacante Djalminha, 26, essa é a razão de seu sucesso como jogador de futebol. Para o atleta, ser um dos principais lançadores do país foi apenas consequência de seus dons naturais.
O técnico Mario Jorge Lobo Zagallo, da seleção brasileira, concorda com o jogador.
O treinador "presenteou" Djalminha com a camisa 10 da seleção, deixando-o responsável pela criação de jogadas da equipe, abastecendo os atacantes Ronaldinho e Giovanni.
Já Telê Santana, o novo técnico do Palmeiras, aposta no jogador para comandar seu time na busca do bicampeonato Paulista e da inédita Copa do Brasil.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, quais os fatores que o fizeram ter um percentual de lançamentos tão alto?
Djalminha - Sempre foi uma característica minha. Sou um grande admirador do "futebol antigo". Lançamentos longos, como os que eu faço normalmente, eram comuns.
Folha - Você fez trabalhos específicos para aperfeiçoar essa característica de seu estilo?
Djalminha - Normalmente não. Isso surgiu comigo, desde as categorias de base do Flamengo.
Acho uma jogada muito bonita e gosto de executá-la.
Folha - Quais são as principais características de um lançador?
Djalminha - O atleta precisa ter muita visão de jogo. Existem jogadores com muita habilidade, que têm extrema facilidade de driblar os adversário.
Porém, na maioria das vezes, esses jogadores não optam por um lançamento por não terem essa visão do que está acontecendo numa partida.
Folha - Qual a importância do lançamento no futebol?
Djalminha - É fundamental. É essa jogada que liga a defesa ao ataque. Com isso, pode-se surpreender o adversário com contra-ataques rápidos.
Essa é a função que eu tenho que executar no Palmeiras e na seleção brasileira.
Folha - Qual foi o passe longo mais importante da sua carreira?
Djalminha - Não foi exatamente um lançamento. Na final da Copa do Brasil de 1990, quando eu ainda jogava pelo Flamengo, estávamos empatando em 0 a 0 com o Goiás na primeira partida da final, cujo o mando nos pertencia.
No final do jogo cobrei uma falta e um jogador do nosso time completou a jogada de cabeça.
Na segunda partida, disputada em Goiânia, empatamos em 0 a 0. Aquele lançamento foi o responsável pelo Flamengo conquistar a vaga na Taça Libertadores da América.
Folha - Que outros jogadores você destacaria no Brasil como os que executam bem esse fundamento?
Djalminha - Acho que o Marcelinho, do Corinthians, lança muito bem.
O Souza, que também joga no Corinthians, tem facilidade de fazer esse tipo de jogada.

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