São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Mercosul valoriza localização

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Rio Grande do Sul não saiu do lugar, mas sua localização geográfica passou a ser vista de maneira diferente com o advento do Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Antes, o Estado mais meridional do Brasil ficava na periferia do grande pólo econômico nacional. Agora, passa a ser visto como ponto intermediário -e estratégico- entre São Paulo e Buenos Aires.
A aposta no Mercosul contribuiu para a instalação da GM no Estado. A empresa quer implantar uma nova logística de distribuição dos carros que serão fabricados na região metropolitana de Porto Alegre, usando a navegação de cabotagem para chegar aos grandes mercados do Brasil e da Argentina.
A futura unidade da GM no Rio Grande do Sul também poderá intercambiar componentes com as fábricas da empresa na Argentina.
O diretor-adjunto para Assuntos Institucionais da GM, Luiz Moran, disse que a localização do Rio Grande do Sul é "estratégica" em relação ao Mercosul.
A fábrica gaúcha da Brahma faz parte da estratégia de expansão da empresa no Mercosul, disse o diretor-geral Marcel Telles. A produção da futura cervejaria Águas Claras, em Viamão (região metropolitana de Porto Alegre), também se destinará ao Mercosul. A Brahma entrou há dois anos na Argentina e já tem 12% do mercado.
Calçados
Se por um lado o Rio Grande do Sul recebe investimentos, por outro perde. Muitas empresas do setor calçadista preferem abrir novas unidades no Nordeste, principalmente no Ceará e Bahia, devido aos incentivos oferecidos.
O presidente da Piccadilly, Paulo Grings, 44, previu que, se a migração continuar no atual ritmo, dentro de poucos anos a produção das fábricas gaúchas não estará mais em condições de exportar.
O próprio Grings está prestes a abrir no Nordeste uma unidade da Piccadilly. Já estão na região, com uma fábrica ou mais, empresas gaúchas como Azaléia, Grendene, Ortopé e Dakota.
(CAS)

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