São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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RS espera colher frutos de incentivos

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A economia do Rio Grande do Sul, cujo PIB (Produto Interno Bruto) caiu pelo segundo ano consecutivo em 1996, deve começar a se beneficiar, em 1997, dos empreendimentos industriais que escolheram o Estado como base.
O levantamento preliminar que apontou queda no PIB gaúcho em 1996, de 0,1% -em 95 a retração foi de 0,6%-, mostra que a indústria de transformação, que sofrera redução de 12,37% no primeiro semestre do ano passado, cresceu, no segundo semestre, 16,18%.
O levantamento foi feito pela FEE (Fundação de Economia e Estatística), ligada ao governo.
"É uma sinalização positiva para 97", disseram os economistas Rubens Soares de Lima, presidente da FEE, e Jorge Accurso, responsável pelo acompanhamento do PIB.
A âncora dos investimentos será a montadora da GM, na região metropolitana de Porto Alegre, que vai investir US$ 600 milhões para produzir 160 mil carros por ano a partir de 1999, gerando cerca de 2.000 empregos diretos. A empresa deverá atrair outras 20 fábricas-satélites.
Com investimento previsto de US$ 150 milhões, a Brahma marcou para este mês o início da obra de sua fábrica num terreno de 350 hectares, em Viamão (24 km de Porto Alegre).
A Souza Cruz inaugurou há um mês, em Santa Cruz do Sul (região central do Estado), a maior unidade de processamento de fumo do mundo, com capacidade para beneficiar 120 mil toneladas de fumo por ano.
Além de 2.000 empregos diretos, o projeto envolve cerca de 15 mil produtores de fumo. Foram investidos US$ 81 milhões.
Para o governador Antônio Britto (PMDB-RS), a vinda da GM, a primeira montadora a se instalar no Estado, representa sinal decisivo de transformação da economia.
O secretário-geral de governo, Nélson Proença, principal negociador do Executivo estadual junto à GM, declarou que "quem conheceu o Rio Grande do Sul não vai reconhecê-lo daqui a dois anos", referindo-se ao impacto a ser produzido pela montadora.
Para Luiz Faria, professor de economia política da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o crescimento do PIB e a geração de emprego seriam maiores se houvesse investimento na agricultura.
Em 96 a agropecuária gaúcha sofreu decréscimo de 3,7%, conforme a FEE. Diminuíram as produções de arroz, soja e milho, cultura muito prejudicada pela estiagem.
O governo negocia com o Banco Mundial empréstimo de US$ 200 milhões para o programa Pró-Rural 2000, dirigido ao setor.

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