São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Eleição dos bancários divide CUT em SP

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT faz oposição à CUT na eleição para a diretoria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que começa amanhã e vai até quarta-feira.
Pela terceira vez nos últimos nove anos, moderados e radicais não se entendem e submetem suas diferenças ao crivo da categoria.
Além de cutistas, são todos petistas -88 candidatos em cada uma das duas chapas. As diferenças são as mesmas que dividem o PT.
A Articulação Sindical abriga os moderados e é a corrente majoritária dentro do partido. É conhecido como o grupo de Luiz Inácio Lula da Silva. Juntamente com o grupo Democracia Radical, do deputado federal José Genoíno, controla 52% do PT.
No sindicato, a Articulação se uniu ao PC do B para formar a chapa 1, da situação. Ricardo Berzoini, atual presidente, concorre à reeleição.
Os radicais são da Hora da Verdade e estão na chapa 2. A corrente já teve os deputados Rui Falcão (estadual) e Arlindo Chinaglia (federal) como as principais lideranças em São Paulo. Mas eles deixaram o grupo.
Na disputa deste ano, se uniram ao PSTU, originário da Convergência, tendência de extrema esquerda que também esteve no PT. O candidato a presidente é Manoel Elídio Rosa, que em 1994 encabeçava a chapa 2 contra o mesmo Berzoini.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo é o maior sindicato da categoria na América Latina, segundo os bancários. São 68 mil filiados, sendo que cerca de 67 mil em condições de votar (filiados há mais de seis meses).
A categoria tem cerca de 102 mil bancários na área de atuação do sindicato. Tinha 130 mil na última eleição, em 94. Mas quem vencer neste ano administrará um orçamento invejável no movimento sindical: R$ 24 milhões.
A campanha durou duas semanas e foi marcada por ataques. Para a chapa 2, os concorrentes usaram a máquina. Para a chapa 1, os adversários deram mostra de desespero típico de quem vai perder.
O resultado deve sair sexta-feira.

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