São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997 |
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Êxito da peça decorre do desejo universal de um amor perfeito
GERALDO DE CARVALHO SILOS
A citação exprime a razão do êxito universal da peça, "o retrato do amor físico completo em termos de pureza e inocência". A narrativa é antiga, mas a fonte direta em que Shakespeare se baseou foi o poema "A História Trágica de Romeu e Julieta, Escrita em Italiano por Bandello, e Agora em Inglês por Ar. Br. (Arthur Brook)". Data: 1554. Masuccio di Salerno aborda o tema em "Il Novellino" (1476) e Luigi da Porto na "Historia Novellamente Ritrovata di Due Nobili Amanti" (1530). Além disso, ele constitui assunto para o poeta italiano Crizia e uma peça escrita por Groto (1578). "Romeu e Julieta" não tem a intensidade dramática e a variedade de problemas das outras tragédias de Shakespeare; trata-se da tragédia do destino: o dramaturgo, no prólogo, marca os amantes para a morte. E o choque fatal força as duas famílias inimigas a se reconciliarem. Fica claro também que a sociedade responde parcialmente pelo desfecho mortal. Como que adivinhando o seu destino, Julieta (com apenas 14 anos) fala como um poeta: "Dai-me o meu Romeu; e quando eu morrer Pegai-o e cortai-o em estrelas pequeninas E ele tornará a face do céu tão esplêndida Que todo o mundo se apaixonará pela morte". A mais popular das tragédias de Shakespeare, "Romeu e Julieta" tem sido frequentemente filmada (por George Cukor, em 1936, e Franco Zeffirelli, em 1968, como exemplo) e inspirou outras numerosas obras de arte, como a ópera de Gounod (1867), a sinfonia dramática de Berlioz (1834), a fantasia de Tchaikovsky (1869) e o balé de Prokofiev (1938). Geraldo de Carvalho Sylos é tradutor de "Hamlet" (Editora JB) e ex-embaixador das Nações Unidas no Japão, México e Berna (Suíça). Texto Anterior: Rock silencia texto original na nova versão para o cinema Próximo Texto: O avesso do Brasil Índice |
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