São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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Brahma é líder dentro e fora das Bolsas

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As ações da Brahma têm sido um ótimo investimento de curto prazo e prometem continuar vantajosas em carteiras com maturação prevista de médio e longo prazos.
As ações da companhia, maior cervejaria da América Latina e 5ª maior do mundo, subiram mais de 160% desde 94 e permanecem fogosas nas Bolsas.
Neste ano, a valorização de Brahma PN (ação preferencial, sem direito a voto) já chega a 10,92%, próxima à do Ibovespa, de 11,03%, segundo a Economática.
O Ibovespa é o índice que mede os papéis mais negociados na Bolsa de Valores de São Paulo. A Brahma, dona de 48% do mercado de bebidas no Brasil, faz parte desse seleto grupo de 50 papéis e, no ano passado, encostou na valorização do Ibovespa (63,8%), com alta de 62%. Desde o final de 94, segundo a Economática, Brahma PN subiu 164,38%, acima dos 79,52% alcançados pelo Ibovespa.
"A Brahma é a típica ação de segunda linha nobre. A empresa é líder no setor de bebidas, tem um forte programa de investimentos (R$ 1 bilhão até o ano 2000) e deve manter lucros crescentes nos próximos anos. É uma boa opção de compra para retorno a médio e longo prazos", avalia a especialista Graça Paiva, gerente de renda variável do Banco Boavista.
Lição de casa
Ela diz que a empresa é muito competitiva, pois "fez a lição de casa" para vencer na globalização da economia.
A associação estratégica com a Miller Brewing Company, do grupo Philip Morris, dá à empresa a exposição internacional que precisa -além de alimentar rumores (negados) de que a Brahma, do grupo Garantia, poderá se vendida à parceira norte-americana.
A Brahma produz e vende Miller no Brasil e vice-versa. A associação ajuda a Brahma a reduzir sua capacidade ociosa no inverno, exportando cerveja para mercado dos EUA.
Recompra
Um bom sinal de que o papel ainda pode ter fôlego para subir mais nas Bolsas foi dado pela própria empresa na semana passada. A Brahma anunciou que irá gastar cerca de R$ 200 milhões na compra de suas próprias ações.
Serão recompradas 150,8 milhões de ações preferenciais e 41,4 milhões de ordinárias (com direito a voto), cerca de 3,5% do capital da empresa em circulação, até o próximo dia 10 de abril. No dia do anúncio, Brahma PN, a mais negociada, disparou 5,9%.
"A própria Brahma acha que seus papéis estão baratos nas Bolsas. Em vez de aplicar o dinheiro no mercado financeiro, ela prefere apostar em sua própria performance e, assim, favorecer os acionistas, recomprando ações a preços baratos", explica o analista Marco Antonio Melo, do Banco Bozano, Simonsen.
Embora goste do papel, Melo recomenda cautela. Seu conselho aos investidores é "hold" (aguardar). Quem tem, mantém; quem não tem, espera.
É que os investimentos na ampliação da capacidade de produção da Brahma -de 3,8 bilhões de litros/ano (cerveja e refrigerantes) para 6,1 bilhões- só irão dar retorno ao final de 98 e em 99, explica Melo. E não se sabe, ainda, se o consumidor será atingido por um forte freio na economia, que virou o ano a pleno vapor e causa preocupações na condução do Plano Real.
Lucros
A Brahma fechou os nove primeiros meses de 96 com um lucro líquido de R$ 177,2 milhões (pelo critério de legislação societária) e de R$ 207 milhões (pelo critério de correção monetária integral).
Melo estima que o lucro líquido corrigido da companhia no ano passado deve ter chegado a US$ 272 milhões. Para 97, a previsão é de US$ 347 milhões e, para 98, US$ 327 milhões.

E-mail: papeis@uol.com.br

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