São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997 |
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Amigas escrevem livros sobre a artista
CELSO FIORAVANTE
A primeira conheceu a artista em 1940. Mantiveram contato direto até 1949. Depois apenas por correspondência. Foram cerca de 800 cartas trocadas, correspondência essa que Chabot organiza agora e que se tornará um livro: "Waiting by the Side of the Road". Merrill foi secretária, bibliotecária e faz-tudo de O'Keeffe de 1973 a 1979. Manteve diários de sua convivência com a artista e publicou no ano passado um livro de poesias sobre a experiência: "O'Keeffe: Days in a Life". Mas O'Keeffe não gostava de poesia, a não ser haicais japoneses e poesia chinesa. "Antes de dormir, preferia ler livros de cozinha, biografias de personalidades e 'The Book of Tea', sobre a cerimônia japonesa do chá", lembra Merrill, em e-mail para a Folha. Segundo Merrill e Chabot, ela tinha perfeita consciência de sua importância e se orgulhava disso. "Ela sabia de sua posição e trabalhava duro para mantê-la", escreveu Chabot, em fax à Folha. A fama, porém, não a perturbava. "Um dia, em um café em Santa Fé, Georgia O'Keeffe disse que em 100 ou 150 anos talvez ninguém mais se lembrasse dela e que talvez um obscuro artista pudesse se tornar uma grande descoberta. 'Você nunca sabe como a história vai lhe tratar', disse ela", lembra Merrill, que trabalha em uma peça sobre seu trato diário com a artista. Mas O'Keeffe se importava com a crítica, e gostava dos comentários de Henry McBride. "Ela não se importava com as críticas negativas. Dizia que o importante era não criar polêmica, assim todos logo esqueceriam", lembra Merrill. Texto Anterior: Earp mata o 'western' Próximo Texto: Pintora usava seu bom senso na cozinha Índice |
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